quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Iya Ori

Iya Ori
Texto:Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Durante todos esses anos eu já ouvi tantas inverdades, crendices e lendas que não me admiro ver tantas novidades em nossa religião.

Sobre Iya Ori então, eu fico impressionado como isso foi divulgado. Dizer que Iya Ori (Yemonja) ou qualquer Orisa que tenha esse título seja a dona de todas as cabeças... é de deixar  pensando o porquê de tanta desinformação.

A divindade que é considerada como “aquela que molda as cabeças”, é o Orisa Ajala, e a que habita as cabeças, se é que podemos dizer assim, para facilitar o entendimento das pessoas iniciadas recentemente ou leigas, é Ori.
Eu cultuo Yemonja e considero um belíssimo Orisa, mas daí atribuir a essa linda divindade algo que não é verdade, não faz parte de nossa forma de ver a religião
.
Sobre o bori então... eu fico impressionado com alguns procedimentos. Oferecer peixe e canjica para todas as cabeças é um atestado de incompetência comum aos supostos sacerdotes.
Se o Ori esta ligado ao odu, e existe 256 odus diferentes, a grosso modo, teríamos no mínimo 256 tipos de bori. Mas a verdade é que esse procedimento não segue nenhuma regra e sim, uma orientação de Ifa ocasional.

Dependendo da consulta feita ao jogo, pode sim ser orientado um bori àquela pessoa em um determinado momento. Os componentes do mesmo seguem uma orientação pessoal e específica diante daquela circunstância.

Cada pessoa em um determinado momento da vida necessita de um tipo de bori que supra as suas carências, é responsabilidade do sacerdote identificar as mesmas com precisão.
Podemos citar um exemplo: quando a pessoa precisa de um novo caminho na vida profissional, nesse tipo de bori, devem existir elementos ligados ao Orisa Ogun. Essa regra pode ser usada como forma de identificar as comidas, e outras substâncias a serem usadas no ritual.

ODU OGUNDA MEJI


Ori, eu te saúdo!
Aquele que é sábio,
Foi feito sábio pelo próprio Ori.
Aquele que é tolo,
Foi feito mais tolo que um pedaço de inhame,
Pelo próprio Ori!
Seria muito importante que todas as pessoas tivessem acesso a literaturas que indicam os procedimentos a serem seguidos em nossa religião. Infelizmente isso não é possível, sendo assim, vamos tentar contribuir com algumas informações, sem querer ser o dono da verdade, mas também não compactuando com essa total falta de informação existente.

Todo Ori, embora criado bom, acha-se sujeito a mudanças; a própria conduta do homem pode transformar negativamente os pré-requisitos de nossa existência por nós escolhidos de ante Ajala.

Juntó, segundo orisa?

Juntó, segundo orisa?

Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Em nosso país, precisamos de um grande movimento buscando formas de informar melhor sobre nossa religião.
No dia-a-dia é flagrante a falta de um material para a pesquisa dos interessados em aprender sobre o culto aos orisas.

Um erro comum é no que diz respeito ao chamado Juntó, a mistura de religiões no Brasil é responsável pela idéia errada que toda pessoa precisa ter um segundo Orisa, muitas vezes sendo passada a idéia de que o indivíduo necessita de um pai e uma mãe espiritual.

Só existe uma feitura. Para os outros orisas a pessoa é somente iniciada no culto, conforme orientação de Ifa.
O ponto que vou abordar agora vai criar uma grande polêmica, mas é preciso fazer isso.
Não existe no culto aos Orisas, em território yoruba, a mínima possibilidade de uma pessoa ser montada por dois Orisas, sendo que ela só é feita para um e iniciada para os demais, se assim for solicitado.

Tentarei explicar melhor. Na feitura o indivíduo exalta o que já possui, e na iniciação ele recebe o que é necessário para o seu melhor viver (o que lhe falta).

Exemplo: se uma pessoa é feita para Obatala e não é feliz em sua vida sentimental, pode ou não ser iniciada no culto de Osun como forma de equilibrar essa deficiência. Evidente que por orientação de Ifa.

A mistura de cultos de origem Banto (culto aos inkices), com o ritual de origem Yoruba (culto aos Orisas), gerou tal confusão que as pessoas acreditam que podem até receber (ser montado) por vários Orisas. Isso pode criar sérios problemas para o iniciado.

Tal fato deve ser orientado como prática no mínimo equivocada, para não dizer sem sentido, pois só um Orisa foi feito.

Sendo assim, a pessoa pode ser iniciada para qualquer orisa depois da feitura, ou até mesmo ser iniciado para outro Orisa antes do seu. Dependendo exclusivamente da orientação de Ifa.

 Eu sempre digo que o homem está ficando tão pretensioso que já criou regras para o comportamento das divindades, e quase sempre termina se esquecendo de perguntar aos mesmos, e coloca sua opinião como sendo a verdade.

Essa pretensão pode acontecer por várias razões: falta de conhecimento ou falta de caráter, mas sempre quem paga o preço é o iniciado.

Ire,o

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Um dia de tristeza

Um dia de tristeza
Texto: Babalawo Ifagbaiyin


Hoje quando acordei não imaginei o dia que teria e tão pouco pensei em escrever um informativo, mas quando vi os meus e-mails e recebi a noticia do falecimento do pai Pérsio, comecei a pensar  quanto se perdeu com a morte desse grande conhecedor do culto ao orisa Sango e da religião afrobrasileira.
Logo depois, olhando os meus recados, vi algo que me chamou atenção. Mais uma pessoa, um amigo sacerdote de Oloogun Ede, agradecendo os meus informativos e falando sobre a necessidade ensinar as pessoas e o quanto é terrível para os iniciados o chamado depois (agora não é hora, ainda não pode saber) e outras frases que desanimam os dedicados filhos carentes de aprendizado.
Como eu pratico a religião tradicional Yoruba e não o Candomblé, fico a vontade para comentar esse assunto embora tenha uma grande consideração com a religião afrobrasileira, porque fui iniciado nela.
Primeiramente é bom que as pessoas fiquem sabendo que em território yoruba não existe obrigação de um ano, de 3 anos,  de 7 anos e muito menos a tal loucura dos 21 anos. Todo iniciado recebe junto com seu orisa o seu jogo de búzios e não existe esse festival de cargos como em nosso país, que quando o sacerdote fica em dúvida, coloca a pessoa imediatamente como Ogan ou Ekedji. Cargos esses que em muitos lugares do território Yoruba nunca ninguém ouviu falar, pelo menos não por esse nome, existe sim Alabe e outras funções.
Essa coisa de que agora não é hora é complicado,  quando então seria a hora?
Nesse caso fico com uma frase de dona Estela de Osossi que diz “Meu tempo é agora.”.
Eu pessoalmente acredito que toda pessoa que pratica a história do depois, tem um ou outro problema, ou não sabe, ou tem insegurança sobre o que sabe e se a procedência é verdadeira. O que é o mais comum, o tal de ouvi falar, muito usado no dia-a-dia.
Fica então um alerta nos dias de hoje, se não nos propomos a ensinar nossos filhos, a internet o fará. E será que ele terá condições de eleger os melhores textos para ler?
Com certeza a nossa religião perdeu muito no dia de hoje com a morte desse grande sacerdote, mas estamos perdendo tanto e a tanto tempo que a grande maioria das pessoas já se acostumou a serem perdedores.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ODÚ ÒGÚNDÁ-ÌROSÚN

ODÚ ÒGÚNDÁ-ÌROSÚN
Texto: Babalawo Ifagbaiyin

Dídùn ní tàgbón! Dídùn ní tògùró ! Dídùn ní tìrèkè! Díá fún àtànkoko ólógbèrì! Tí nbú Ikín l`ékúró lásán! Gbogbo àtànkoko´Òlógbérì tí wón nbú Ikín l`èkùró `lásán Ògúndá-Ìrosún mo rín wón rin wón !!

 Doçura é para o coco! Doçura é para o vinho de palma da ráfia! Doçura é para a cana-de açucar! Foi consultado Ifá para o Não -iniciado ignorante, que estava Denegrindo IKIN como um caroço de dende qualquer! Todos os não-iniciados ignorantes, Que estavão denegrindo o IKIN como um caroço de dende qualquer .

Bibliografia consultada referente aos orikis constantes nesse blog:
Pagina do Orkut: Bàbàláwo Ifamileke Kolawole Agboola

Orìkí fún Ibeji

Orìkí fún Ibeji


 Babalawo Ifagbaiyin

B'eji B'eji're
B'eji B'eji'la
B'eji B'ejiwo
Ìba omo ire
Àse
Orìkí para Ibeji

Dar a luz aos gêmeos traz fortuna boa
Dar a luz aos gêmeos traz abundância
Dar a luz aos gêmeos traz dinheiro
Elogiar as crianças das coisas boas
Axé

Orìkí Orí

Orìkí Orí   

                                                                                                                    
 Babalawo Ifagbaiyin

ORÍ O !
MO PELÉ O!
ORI RERÉ ASIWAJÚ !
ORI MÍ O!
SÉ RERÉ FUN MÍ !
Cabeça, eu te saúdo.
Cabeça, que vem primeiro que tudo
Cabeça, me faça prosperar e me conduza sempre
Para adiante e para frente!

ÀDÚRÀ TI ORÍ
Orí ení kini sàka ení
Cabeça que está purificada na esteira
Orí ení kini sàka yan
Cabeça que está purificada na esteira caminha soberbamente
Orí olóore ori jè o
A cabeça do vencedor vencerá
A saka yìn ki ya n’to lo ko
A cabeça limpa que louvamos mãe permita que façam uso dela
A saka yìn ki ègbón mi gbè
A cabeça limpa que louvamos meu mais velho conduzirá
Ìta nù mo bo orí o.
Ar livre e limpo oferendo a cabeça

Orìkí Odè

Orìkí Odè

 Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Odè ò, Odè ò, Odè ò, Ó Odè! Ó Odè! Ó Odè!
Òsoosì ni nbá ode inú igbo jà, Dentro da mata, é Oxosse que luta ao lado do caçador
Wípé kí ó de igbó re. para que ele possa caçar direito.
Òsoosì oloró tí nbá oba ségun, Oxosse, o poderoso, que vence a guerra para o rei.
O bá Ajé jà, Lutou com a feiticeira
O ségun. e venceu.
Òsoosì o ! Ó Oxóssi,
Má bà mi jà o. não brigue comigo.
Ogùn ni o bá mi se o. Vence as guerras para mim
Bí o bá nbò láti oko. Quando voltar da mata,
kí o ká ilá fún mi wá. Colhe quiabos para mim.
Kí o re ìréré ìdí rè.e, ao colhê-los, tire seus talos.
Má gbàgbé mi o, Não se esqueça de mim.
Ode ò, bàbá omo kí ngbàgbé omo. Ó Odè, um pai não se esquece do filho.

Orìkí Egúngún

Orìkí Egúngún

Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Ilè mo pè o
Terra, eu vos chamo!
Gbogbo mònríwo
Todos os espírito do mònriwo
Ilè mo pè o
Terra, eu vos chamo!
Egúngún o
Ó Egúngún!
Ilè mo pè o
Terra, eu vos chamo!
Gbogbo mònríwo
Todos os espírito do mònriwo
Ilè mo pè o
Terra, eu vos chamo!
Egúngún o
Ó Egúngún!
Egúngún a yè, kíì sé bo òrun
Egúngún para nós sobrevive, a ele saudamos e cultuamos
Mo júbà rè
  
Bibliografia consultada referente aos orikis constantes nesse blog:     
 Tradução Professor: Marcelo Monteiro Ode Araofa                                                                                                                                                                                                                                                                                 

Orìkí fún Òsun

Orìkí fún Òsun
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Ìba Òsun sekese
Ìba Òsun olodi
Latojoki awede we’mo
Ìba Òsun ibu kole
Yeye kari
Latokoko awede we’mo
Yeye opo
O san rere o
Àse


Orìkí para Òsun

Eu elogio a deusa do mistério, espírito que limpa de dentro para fora,
Eu elogio a deusa do rio
Espírito que limpa de dentro para fora
Eu elogio a deusa da sedução
Mãe do espelho
Espírito que limpa de dentro para fora
Mãe da abundância
Nós cantamos seus elogios
Axé


Oríkì fún Ògún

Oríkì fún Ògún


 Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Ògún awo, olumaki, alase to juba
Ògún ni jo ti ma lana talí ode
Ògún onire, onile kangun dangun ode
Orún egbé iehin
Pá san ba pon ao lana to
Imo kimobora egbé lehin a nle a benge ologbe
Àse

Oríkì para Ògún
Elogiado é o espírito do aço
Espírito de mistério do aço, chefe da força, dono do poder, eu o elogio
Espírito do aço, abra os caminhos
Espírito do aço, dono da fortuna boa, dono de muitas coisas no céu, ajude em nossa viagem
Remove a obstrução de nossa estrada
Sabedoria do espírito em guerra, nos guie por nossa viagem espiritual com força
Axé

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ÀDÚRÀ TI YEMONJA


 Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Yemonja gbé rere ku e sìngbà
Yemonja, traz boa sorte repentinamente retribuindo
Gbà ní a gbè wí
Receba-nos e proteja-nos em vosso rio
To bo sínú odò yin
Cultuamos-vos sufientimente em vosso rio
Òrìsà ògìnyón gbà ní odò yin.
Orixá comedor de inhames novos, receba-nos em vosso rio.
                                             

 Bibliografia consultada referente aos orikis constantes nesse blog:                                                                                    Tradução Professor: Marcelo Monteiro Ode Araofa             

ÀDÚRÀ TI SÒNGÓ



Babalawo Ifagbayin Agboola

Oba ìró l’òkó
Rei do Trovão
Oba ìró l’òkó
Rei do Trovão
Yá ma sé kun ayinra òje
Encaminha o fogo sem errar o alvo, nosso vaidoso Òje
(Aganju/Ogodo/Afonjá) òpó monja le kòn
(Aganju/Ogodo/Afonjá) alcançou o Palácio Real
Okàn olo l’Oyá
Ùnico que possuiu Oyá
Tobi fori òrìsà
Grande Líder dos Orixás
Oba sorun alá alàgba òje
Rei que conversa no céu e que possui a honra dos Òje
Oba sorun alá alàgba òje
Rei que conversa no céu e que possui a honra dos Òje




Bibliografia consultada referente aos orikis constantes nesse blog:                                                                                             Tradução Professor: Marcelo Monteiro Ode Araofa             
ÀDÚRÀ TI OYÁ
Babalawo Ifagbayin Agboola

E ma odò, e ma odò
Eu vou ao rio, eu vou ao rio
Lagbó lagbó méje
Do seu modo encontrado nos arbustos reparte em sete
O dundun a soro
Vós que fala através do Dundun
Balè hey.
Tocando o solo te saúdo.


Bibliografia consultada referente aos orikis constantes nesse blog:                                                                                                     Tradução Professor: Marcelo Monteiro Ode Araofa             

ÀDÚRÀ TI ÒSÓNYÌN


Babalawo Ifagbayin Agboola

Meré-meré Òsónyìn ewé o e jìn
Habilmente Òsónyin as folhas vós destes
Meré-meré Òsónyìn ewé o e jìn
Habilmente Òsónyin as folhas vós destes
Meré-meré ewé o e jìn ngbe non
Habilmente as folhas vós destes secas no caminho
Meré-meré ewé o e jìn ngbe non
Habilmente as folhas vós destes secas no caminho
E jìn meré-meré Òsónyìn wa lê
Vós deste habilmente Òsónyìn a nós a magia


 Bibliografia consultada referente aos orikis constantes nesse blog:                                                                                    Tradução Professor: Marcelo Monteiro Ode Araofa             

ÀDÚRÀ TI ÒRÚNMÌLÀ



Autor:Babalawo Ifagbayin Agboola
Babalawo Ifagbayin Agboola


Òrúnmìlà Ajànà
Òrúnmìlà Ajànà
Ifá Olókun
Ifá Okókun
A sòrò dayò
Que faz o sofrimento tornar-se alegria
Eléri ìpín
O testemunho do destino
Okìtìbíri ti npa ojó ikú dà
O poderoso que protela o dia da morte
Òrúnmìlà jíre lóni.
Òrúnmìlà você acordou bem hoje?

Bibliografia consultada referente aos orikis constantes nesse blog:     
 Tradução Professor: Marcelo Monteiro Ode Araofa             

ÀDÚRÀ TI ÒÒSÀÀLÁ

 Babalawo Ifagbaiyin

Bàbá esá rè wa
Pai dos ancestrais, venha nos trazer boa sorte
Ewa agba awo a sare wa
Belo ancião do mistério, venha depressa
A je águtan
Comedor de ovelha
A sare wa ewa agba awo
Venha depressa belo ancião do mistério
Iba Òrìsà yin agba ògìnyòn.
Saudações Orixá escute-me ancião comedor de inhame pilado.

ÀDÚRÀ TI ÌYÁMI ÒSÒRÒNGÁ

Àdútà ti Íyámi Òsòròngá



Babalawo Ifagbayin Agboola

Ìyá kéré gbo ìyámi o
Pequeninas mães, ó idosas mães
Ìyá kéré gbohùn mi
Pequeninas mães, ouçam minha voz
Ìyá kéré gbo ìyámi o
Pequeninas mães, ó idosas mães
Ìyá kéré gbohùn mi
Pequeninas mães, ouçam minha voz
Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí
Todas as senhoras dos pássaros quando eu
Ìgbàmú ile
Cumprimo a terra
Ìyá kéré gbohùn mi
Pequeninas mães, ouçam minha voz
Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí
Todas as senhoras dos pássaros da noite
Ìgbàmú ile
Todas as vezes que comprimo a terra
Ìyá kéré gbohùn mi
Pequeninas mães, ouçam minha voz

Àdúrà Obàluwàiyé

Àdúrà Obàluwàiyé


               
   

Babalawo Ifagbayin Agboola

 e Obaluayê

Bí a sápadá, bí a sapada                
Se nós corrermos de volta, se corrermos de volta

Dàgòlóònòn é, ó ó oní yè                          
Dê-nos licença nos caminhos, Senhor da vida

E 'njí èdá                                                    
Vós que acordais as criaturas

Mo dára àgòlóònòn é                               
Sê-de bom para mim e dê-me licença nos caminhos

As folhas eos orisas II

As folhas e os orisas II


Babalawo Ifagbayin Agboola

Akoko "Acoco" ou Primeira-folha
Newboldia laevis Seem, Bignoniaceae
Irokò "Gameleira" "Gameleira-branca"
Clorophora excelsa, Moraceae ou Ficus doliaria, Moraceae
Odundum "Folha-da-costa", Folha-da-fortuna", Abamoda "àbámodá" ou "Saião"
Kalanchoe brasiliensis, Crassulaceae
Imu "Begônia ou Azedinha"
Begonia cucculata, Begoniaceae
Awurepepe "Pimentinha-d'água"
Spylanthes acmella, Asteraceae
Oxibatá "Baronesa"
Nymphaea lotus, Nymphaeaceae
Oju Orò "Erva-de-santa-luzia"
Pistia stratiotes, Araceae
Misi misi "Vassourinha-de-relógio" ou "Vassourinha-mofina"
Scoparia dulcis, Scrophulariaceae
Ida oya"Espada-de-iansã"
Tradescantia spathacea, Commelinaceae
Owu "Algodão"
Gossypium sp., Malvaceae
Gboro ayabá, "Salsa-da-praia" ou kissajá
Ipomea asarifolia, Convolvulaceae
Orinrin "Alfavaquinha-de-cobra"
Peperomia pellucida, Piperaceae
Atipolá "Erva-tostão", "Bredo-de-porco", "Pega-pinto" ou "Tangaraca"
Boerhavia diffusa, Nyctaginaceae
Teteregun "Cana-do-brejo"
Costus spicatus, Costaceae
Tótó "Água-de-alevante" ou "Colônia"
Renealmia brasiliensis, Zimgiberaceae
Iji opé "Dendezeiro"
Elaeis guineensis,Arecaceae
Ogbó "Orelha-de-macaco"
Niervillia umbrosa, Orchidaceae
Ewe Abebé "Capitãozinho"
Hydrocotyle bonariensis,Araliaceae
Ewe jeje "Jequiriti"
Abrus precatorius, Fabaceae
Alukeresé "Dama-da-noite"
Ipomea bona-nox, Convolvulaceae
Ewê boyí funfun "Bétís-branco"
Piper rivioides, Piperaceae
Jogbô "Neves-folha" ou "Neves"
Hyptis pectinata, Lamiaceae
Efirin "Manjericão"
Ocimum basilicum, Lamiaceae
Sunkawa "Arrozinho"
Zornia reticulata, Fabaceae
Ifin funfun "Malva-branca" ou "malva"
Abutilon x. hybridus, Malvaceae
Tamandê "Arnica-do-campo"
Solidago microglossa, Asteraceae
Ewê odã "Erva-silvina" ou "Erva-fetos"
Polypodiumvulgare, Polypodiaceae
Amunimuyê "Balainho-de-velho"
Centhratherum punctatum, Asteraceae
Solé "Maria-preta"
Eupatorium ballotaefolium , Asteraceae
Iyabeyin "Mãe-boa"
Ruellia geminiflora, Acanthaceae
Ewe ajé "Erva-da-riqueza"
Alternanthera tenella, Amaranthaceae
Godogbodó "Trapoeraba"
Commelina diffusa, Cammelinaceae
Ewê Iyá "Caapeba"
Potomorphe umbellata, Piperaceae
Wuê mimolé "Brilhantina"
Pilea microphylla, Urticaceae
Ejá Omodé "Aguapé"
Eichornia crassipes, Pontederiaceae
Teté ou ewe tetê "Bredo" ou "Caruru-sem-espinho"
Amaranthus viridis, Amaranthaceae
Makassá ou Macassá, "Catinga-de- crioula" ou "Catinga-de-mulata"
Hyptis mollissima benth, Lamiaceae
Eré tuntún "Levante-miúda" ou "Levante"
Mentha citrata, Lamiaceae
Tanaposó "Bonina"
Mirabilis jalapa, Nyctaginaceae
Ewê mensã "Pára-raio" ou "Cinamomo"
Melia azedarach, Meliaceae
Ewê diji ou Ewe ojé"Erva-prata"
Solanum argenteum, Solanaceae
Okpá orô "Capianga"
Vismia guyanensis, Clusiaceae
Botujé"Pinhão-branco"
Jatropha curcas, Euphorbiaceae
Ewê inãn "Folha-de-fogo"
Clidemia hirta, Melastomataceae
Ajagbaô "Tamarineiro"
Tamarindus indica, Fabaceae
Gbji "Capim-de-burro"
Cynodon dactylon, Poaceae
Okowô "Erva-vintém"
Drymaria cordata, Caryophyllaceae
Ogbê akunko "Crista-de-galo"
Heliotropium indicum, Boraginaceae
Ajobi funfun "Aroeira-branca"
Schinus molle, Anacardiaceae
Ipesã ou ipesanhe "Birrero ou Bilreiro"
Guarea trichilioides, Meliaceae
Omun "Samambaia-de-poço"
Lygodium polimorphum, Schyzacaceae
Peregun ko "Dracena-listrada"
Dracaena fragrans var. massangeana, Ruscaceae
Pèrègún "Peregun" ou "Nativo"
Dracaena fragrans var. typica, Ruscaceae
Ewê bajutoná "Erva-pombinho" ou Quebra-pedra
Phyllanthus niruri, Phyllanthaceae
Kunkundukunku "Batata-doce"
Ipomoea batatas, Convolvulaceae
Alukpayidá "Língua-de-galinha"
Uraria picta, Fabaceae
Awian "Cascaveleira" ou xiquexique
Crotalaria retusa, Fabaceae
Afon "Espelina-falsa"
Clitoria guyanensis, Fabaceae
Atorinã "Sabugueiro"
Sambucus australis, Adoxaceae
Bujê "Jenipapo" , "Genipapero" ou "Janipapeiro"
Genipa americana, Rubiaceae
Igba ajá "Jurubeba"
Solanum paniculatum, Solanaceae
Iteté "Janaúba" ou "Agoniada"
Plumeria rubra var. lancifolia, Apocynaceae
Etítáré "Maricotinha" ou "Alfavaca-de-cobra"
Monnieria trifolia, Rutaceae
Odé okoxu "Caiçara"
Solanum erianthum, Solanaceae
Ewê lará "Mamona-branca"
Ricinus communis, Euphorbiaceae
Ewê Odé "Carrapicho-beiço-de-boi"
Desmodium adscendens, Fabaceae
Ojusaju "Guiné-tipi"
Petiveria alliacea, Phytolaccaceae
Okiká "Cajazeira"
Spodia mombin, Anacardiaceae
Ewurô "Alumã" ou "Alumon"
Vernonia bahiensis, Asteraceae
Atoribé "Milhomens ou Milomens"
Aristolochia gigantea, Aristolochiaceae
Ida orixá "Espada-de-ogun"
Sansevieria zeilanica, Ruscaceae
Labelabê "Tiririca"
Fuirena umbellata, Cyperaceae
Elexu "Arrebenta-cavalo"
Solanum capsicoides, Solanaceae
Falákálá "Corredeira"
Chamaescyce hirta, Euphorbiaceae
Exixi "urtiga graúda"
Laportea aestuans, Urticaceae
Jojofá "Cansanção (planta)"
Urera baccifera, Urticaceae
Autor desconhecido.

domingo, 5 de dezembro de 2010

A verdade sobre Egúngún

egúngún
Texto: Babalawo Ifagbaiyin

Na  cultura  yoruba a morte é encarada com naturalidade, o povo deste território tem uma forma bem clara para definir esse momento ,a morte não representa o fim, ela representa  sim o começo de um novo ciclo.
 A morte não é o fim da vida, existe um outro mundo paralelo ao nosso, conhecido como orun(céu),que é dividido em nove partes.

Este local para o povo yoruba é a morada dos orisas e dos antepassados, sendo assim o contato entre o orun(céu) e o aiye (terra) acontece de forma constante.
O fato de poder ir e vir é um privilégio, somente espíritos com um caráter exemplar serão  escolhidos para serem  cultuado como egungun.

 Continuar voltando a terra para ver seus descendentes é um prazer, participar da vida da comunidade ou da família possibilita ao individuo eternizar-se,entrar para historia e ser louvado por seus descendentes.
Tenho assistido algumas discussões sobre esse tema com surpresa,a desinformação sobre esse assunto é muito grande,existe uma aura de mistério confundida com mentiras e interesses que distancia muito os iniciados da verdade,imagina-se então o que acontece com o público leigo que ignora completamente a realidade.

Passarei agora a uma analise dos fatos sempre considerando a visão do povo yoruba de forma tradicional e não a conhecida visão afro brasileira.

Não existe egungun do orisa Ogun ou de Osun Ou de Obatala,esse é um erro bastante comum,existe sim um espírito de um ancestral (egungun) que um dia foi feito para um determinado orisa,ou não.

Não existe comida de orisa que se serve para um determinado egungun,existe sim pratos tradicionais de um povo que podem ser servidos ou não,de acordo com a preferência do antepassado.

Não existe interditos de egungun,como sal e cor vermelha,tais interditos deixam de existir no momento da morte do individuo.

É possível sim que um espírito feminino seja homenageado após a sua morte em um ritual de egungun.
È permitido sim a permanência de mulheres nos rituais para egungun,eu não acredito quais seriam os objetivos de tais rituais que não fossem os de manter a família e a estrutura de um povo sem que a presença da mulher deixe de ser fundamental.
Todas as casas que cultuam orisa devem ter sim um assentamento de egungun,todos temos antepassados.
Sim é necessário o culto de egungun e orisa assim como de iya mi no mesmo local,um ritual se completa com o outro, até por que estamos prestando homenagens a espíritos evoluídos e de grande compreensão,espírito desinformado não merece tais rituais e sim outros.

Uma pessoa com cargo de Babalorisa sim pode ser um iniciado em Egungun,e outros cultos como o de Iya mi e de Baba Oro,sem nenhum problema,como disse anteriormente os rituais se completam pois todos temos antepassados femininos e masculinos .

Uma pessoa deve sim cultuar egungun de sua família,assim como o egungun  da família de orisa a qual ela  foi iniciada;cultuar um egungun de alguém que não tem nada em comum com vc é no mínimo desperdício para não dizer total desinformação.
Assentamento de egungun sim pode ser feito em casa alugada,quando a pessoa vai mudar para um outro lugar tem um ritual que deve ser feito com uma parte da terra do local,e o assentamento jamais deve ser desfeito e sim transferido.

Toda pessoa um dia pode ser um egungun cultuado sim,o que vai diferenciar quem merece ou não ser cultuado é a finalidade do assentamento,para ser mais claro se eu quero um amigo que vai me orientar,não assentarei o espírito de um qualquer.
Existe sim um odu que autoriza a abertura de um buraco no chão para culto dos antepassados, não mencionaremos aqui por razões óbvias ,mas todo ritual em nossa religião consta dos versos dos odus de Ifa.
Sim um egungun  assim como um orisa não necessita de um número exato de animais para ser assentado,acontece que o homem esta tão pretensioso que administra os rituais sem mesmo questionar a divindade e suas preferências.

Quanto a questão da roupa volto a dizer de forma bem clara, quem quiser acreditar em historia de faz de conta que assim o faça, somente quem conhece os rituais de preparação de uma roupa de egungun sabe a importância da mesma na preservação dos membros ali envolvidos.

Quanto ao fato de usar egungun para fazer maldade, eu sei que faz parte da historia humana lançar mão de tudo que é possível para atingir seus intentos, mas é bem verdade que se amamos um egungun e o respeitamos jamais pediremos para interferir em nosso beneficio causando qualquer tipo de dificuldade ao outro,é claro que isso faz parte da formação da pessoa e não de uma religião específica,algumas pessoas não merecem ter o acesso a tais informações mas isso é uma outra história.


BABA EGUNGUN OLOMO KI NSUN O
MAA SUN KI O MAA GBAGBE ILE
MA FI OWO DIGI IGBAGBE MU LORUN

UM ANCESTRAL QUE POSSUI FILHOS E DEVOTOS NAO DORME
NÃO DORME E NAO ESQUECE SUA CASA
NO ORUN , MEU PAI , JAMAIS ABRACE A ARVORE DO ESQUECIMENTO ( JAMAIS ESQUEÇA DAS PESSOAS QUE TE LOUVAM )



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

IMULES

Imules



Autor:Babalawo Ifagbayin Agboola

Muito se tem falado sobre Iya mi,mas pouco se tem divulgado dos detalhes do culto a esse orisa,na verdade pouco se pode divulgar e isso todos compreendem,quando alguém tenta falar um pouco mais imediatamente, vira alvo de criticas quase sempre feitas por pessoas que nem são iniciadas.
Nas famílias que cultuam  Iya mi,muitos homens são  iniciados e participam ao contrario do que é divulgado no Brasil, a presença  masculina é muito importante,e homens e mulheres participam de forma harmoniosa dos rituais.

O que se pode divulgar é que as pessoas pactuadas a partir do primeiro imule tem acesso a algumas informações que a maioria nem imagina,isso acontece tanto para homens como para mulheres .

Quando o  imule é feito com Iya mi, a pessoa ao contrario do que se pensa desperta uma energia que ela já possui ,que somente com um ritual adequado e conduzido por pessoa habilitada justifica essa relação homem divindade trazendo benefícios para o individuo.

Jamais  esse ritual pode ser chamado de iniciação, e muito menos de feitura;em uma iniciação o individuo recebe algo que esta faltando,e em uma feitura ele exalta o que  já possui, mas em um imule ele assume um compromisso com sua origem seu passado e seu futuro,aflorando assim o desconhecido mas existente principio.

Não mencionarei a ordem dos imules aqui por razões já conhecidas, mas em um deles o individuo enfatiza o seu compromisso com a terra e em outro um com a sua origem.
Posteriormente existirá um contato com forças através de uma representação  que será alterada  conforme a evolução do individuo diante dos pactos assumidos, seguindo rituais de compromisso até que em um desses  é determinado o completo afastamento de algumas atividades.

O então pactuado para seguir em frente devera sair do país, pois só em território yoruba poderá concluir seus compromissos.

È verdade que algumas pessoas falam em sete ou até em nove imules,eu não gostaria de abordar aqui a quantidade nem a ordem dos mesmos,mas em alguns  casos eles podem ser interrompidos por orientação de Ifa ou poderão ser feitos em uma ordem  mais rápida,sempre visando o bem estar do individuo e o cumprimento de regras previamente estipuladas aonde fica bem claro que só a orientação de Ifa poderá determinar o caminho a ser seguido,pois  em alguns casos até a ordem dos imules pode ser alterada.

Algumas pessoas desconhecem mas existe vários tipos de imules inclusive com os outros orisas,sempre buscando a proteção e o beneficio do pactuado.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Iniciar em Ifa ou não

Iniciar em Ifa ou não
Homenagem  ao meu Ojugbona João Assef ( Irete Kalu) Que já não esta mais entre nós.

Autor:Babalawo Ifagbayin Agboola

Algumas pessoas,tem me perguntado sobre a iniciação,em Ifa;gostaria de dizer que de um modo geral não existe um pré requisito,em alguns casos o jogo que vai indicar a iniciação,ao contrário do que acontece em território yoruba que as pessoas antes de serem iniciadas em orisa são iniciadas em Ifa. Em nosso país isso pode ser um problema,pois o ritual quase sempre identifica erros ou complementos de uma iniciação anterior para orisa.

Na verdade o que vai favorecer ou prejudicar a pessoa que se proponha  a ser iniciada em Ifa,é a longa bagagem de conhecimento do sacerdote que vai ministrar o ritual,assim como o conhecimento do seu Ojugbona nessa ocasião.

A figura do Ojugbona é muito importante pois será essa pessoa a responsável pelo conhecimento adquirido pelo Omo Ifa.

Em território yoruba existe rituais que impedem a pessoa que um dia recebeu seu orisa,de incorporar,pois, para ser Babalawo isso não pode acontecer,embora isso seja resolvido facilmente nos rituais de iniciação aonde erros cometidos anteriormente serão corrigidos.

Isefa: Iniciação aonde  a pessoa é chamada de omo ifa tomando conhecimento de seu Odu pessoal, possíveis interdições, que possibilitará o seu crescimento  pessoal.

Alguns Babalawos  consideram desnecessário raspar a cabeça para esse ritual.

Itefa ( Igbodu)     
Nesse segundo ritual o iniciado que na primeira obrigação foi indicado em seu odu que deve seguir o caminho de sacerdote, assim sendo sacado um novo odu , caso seja da vontade de ifa ,o mesmo será conhecido como Awo-Ifa,  nessa ocasião, a cabeça do iniciado será raspada iniciando a longa jornada de aprendizado.
Alguns anos depois que sejam confirmados seus conhecimentos , ele então torna-se  o Babalawo,que poderá ou não receber outras iniciações paralelas em Iya mi, Oro,Egungun,Ogboni ;com o tempo,o Babalawo  será confirmado e testado em seu conhecimentos e poderá assim receber o titulo de Oluwo  e a autorização para ter a sua família(egbe) recebendo também o assentamento de Igbaodu.Normalmente uma pessoa que recebe essa responsabilidade tem muitos anos de iniciado.

Existe algumas pequenas diferenças nos rituais dependendo da região do território yoruba ,mas, de um modo geral a ordem deve ser essa, das obrigações pelas quais passa um iniciado até chegar a Babalawo.
No culto a ifa,encontraremos vários cargos,como os femininos Iyanifa,Apetebi, existe também um outro cargo hierárquico que esta acima de todos eles que é chamado de Áragba, ou o chefe de todos os babalawos.