quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Frases do Babalawo Ifagbaiyin

Frases do Babalawo Ifagbaiyin Agboola.


 Texto: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

a-     Ifá é o mapa do caminho, e o Orisá o transporte que vai nos levar na estrada da vida.


b-     Durante todos esses anos eu já ouvi tantas inverdades, crendices e lendas que não me admiro ver tantas novidades em nossa religião.

c-      A inveja é como um tiro depois que o projetil foi disparado e acertou o alvo o primeiro passo é estancar o sangramento, mantendo a distancia desse povo.

1-     Oferecer peixe e canjica para todas as cabeças é um atestado de incompetência comum aos supostos sacerdotes.


2-     Se o Ori esta ligado ao odu, e existe 256 odus diferentes, a  grosso modo, teríamos no mínimo 256 tipos de bori. Mas a verdade é que esse procedimento não segue nenhuma regra e sim, uma orientação de Ifá ocasional.

3-     Cada pessoa em um determinado momento da vida, necessita de um tipo de bori, que supra as suas carências, é responsabilidade do sacerdote identificar as mesmas com precisão.

4-     Em nosso país, precisamos de um grande movimento buscando formas de informar melhor sobre nossa religião.


5-     No dia-a-dia é flagrante a falta de um material para a pesquisa dos interessados em aprender sobre o culto aos orisas.

6-     Eu sempre digo que o homem está ficando tão pretensioso que já criou regras para o comportamento das divindades, e quase sempre termina se esquecendo de perguntar aos mesmos, e coloca sua opinião como sendo a verdade.

7-     Essa pretensão pode acontecer por várias razões: falta de conhecimento ou falta de caráter, mas sempre quem paga o preço é o iniciado.


8-     È permitido sim a permanência de mulheres nos rituais para egungun, eu não acredito quais seriam os objetivos de tais rituais que não fossem os de manter a família e a estrutura de um povo sem que a presença da mulher deixe de ser fundamental.

9-      Uma pessoa deve sim cultuar egungun de sua família, assim como o egungun da família de orisa a qual ela foi iniciada; cultuar um egungun de alguém que não tem nada em comum com você é no mínimo desperdício para não dizer total desinformação.

10-  Quanto a questão da roupa volto a dizer de forma bem clara, quem quiser acreditar em historia de faz de conta que assim o faça, somente quem conhece os rituais de preparação de uma roupa de egungun sabe a importância da mesma na preservação dos membros ali envolvidos.


11-  Quanto ao fato de usar egungun para fazer maldade, eu sei que faz parte da historia humana lançar mão de tudo que é possível para atingir seus intentos, mas é bem verdade que se amamos um egungun e o respeitamos jamais pediremos para interferir em nosso beneficio causando qualquer tipo de dificuldade ao outro

12-  Muito se tem falado sobre Iya mi, mas pouco se tem divulgado dos detalhes do culto a esse orisa, na verdade pouco se pode divulgar e isso todos compreendem, quando alguém tenta falar um pouco mais imediatamente, vira alvo de criticas quase sempre feitas por pessoas que nem são iniciadas.


13-  Continuar voltando a terra para ver seus descendentes é um prazer, participar da vida da comunidade ou da família possibilita ao individuo eternizar-se, entrar para historia e ser louvado por seus descendentes.

14-  Quando o imule é feito com Iya mi, a pessoa ao contrario do que se pensa desperta uma energia que ela já possui, que somente com um ritual adequado e conduzido por pessoa habilitada justifica essa relação homem divindade trazendo benefícios para o individuo.


15-  Os orisas fecharam os olhos e ainda fecharam a boca .É natural que o orisa tenha um idioma de origem, o yoruba, mas orisa é sabedoria e o que adiantaria um orisa falar somente yoruba em uma terra que se fala português?

16-   Entrar em um barracão e ver um orisa de olhos fechados sendo conduzido para um lado e outro, saber que ele deixou de falar e que só vem ao mundo para dançar, me faz ficar em casa

17-  A intenção, quando da criação desse texto chamado búzio para iniciantes, em nenhum momento foi de ensinar as pessoas como jogar; a ideia é falar sobre a dualidade e o odu.
Fato esse ignorado por muitos em nosso país.

18-  Durante a o processo de transferência dos orisas para o novo mundo, muito se perdeu, com o passar do tempo, a falta da escrita, e a intolerância cravaram fundo a faca da desinformação em nossa herança cultural

19-  Eu poderia ficar aqui escrevendo por muito tempo, a lista do que foi transformado ou perdido , é muito longa, mas prefiro pensar no que restou e no que podemos recuperar, até por que, quanto mais exemplos eu citar, mais aumentarei a ira dos desinformados

20-  Então a escolha do individuo permanece como o ponto fundamental em todas a situações, o acerto, ou o erro vai caracterizar o sucesso ou o fracasso de uma iniciação.


21-  Cultuar Orunmila é cultuar a informação a sabedoria e a filosofia do povo Yoruba, é ter como regra de vida os sagrados versos de Ifá, o orisa do oráculo ,e sua eterna orientação como ensinamento que deve ser usado diariamente.

22-  O culto a Ifa se completa com os demais por que se você desconhece seu orisa como poderia reverenciar o mesmo. Como  pode cultuar seu antepassado tudo acontece simultaneamente e se completa.

23-  Eu me surpreendo quando as pessoas iniciadas ainda não conhecem algumas coisas básicas no culto aos orisas , feminino e masculino interagem buscando assim a fecundidade.


24-  Olhando com calma o Igba de um Orisa (vasilha do assentamento) vamos perceber claramente os componentes femininos e masculinos ,tudo em um perfeito equilíbrio

25-  É bem verdade, que considerando tudo que nossos antepassados tiveram que enfrentar, diante das dificuldades da escravidão, muito foi conservado e pouco seriam os ajustes a ser feito, agora é responsabilidade nossa corrigir o curso da historia indo de encontro as nossas raízes e melhorando nossa relação com os nossa origem.

26-  Eu sempre digo para as pessoas que tudo vai depender por que ângulo estamos olhando dizer que um abiku tem dificuldades na vida é verdade, mas quem não tem?                                 Eu já atendi algumas pessoas abiku muito bem de vida em todos os sentidos enquanto outros que não tem esse problema vivem um verdadeiro pesadelo .

Falar de algo que não se conhece ou nunca se viveu é um grande erro, cabe a nós encontra uma forma de divulgar a mais pura verdade sobre esse assunto.

27-  È claro que tudo é muito mais complicado que parece, tal situação requer muito conhecimento por parte do sacerdote, que se arvore como conhecedor, ele pode colocar muitas vidas em risco inclusive a sua.

28-  Eu sempre me digo uma pessoa calma , mas diante de tantas asneiras sendo ditas sobre Iya mi na internet, minha paciência desapareceu, chamar a mãe da terra de bruxa, é no mínimo desinformação

29-  Os yorubas acreditam que o culto a egun serve para harmonizar a pessoa com o passado, mas principalmente para reverenciar aqueles que contribuíram para a nossa existência, pois como todos sabemos sem passado não existe presente e muito menos futuro.

40-  No natal vejo que existe uma tendência quase que natural das pessoas parecerem e se comportarem de uma forma estranha, muitas vezes forçando uma situação que na maioria das vezes não beneficia ninguém, todos parecem muito generosos.

50-  Alguns membros de nossa religião que durante o ano parecem grandes raposas, havidos por dinheiro, conseguem com um esforço sobre natural fazerem gestos, se não ridículos, pelo menos de mau gosto; se você tem uma camisa rasgada que não usa mais ao invés de doar para uma pessoa pobre de para o seu cachorro dormir

51- No ano passado na véspera do dia das mães, eu vi uma propaganda que dizia, se você realmente ama sua mãe de um diamante para ela, isso quer dizer que uma pessoa com baixo poder aquisitivo não teria condições de amar sua mãe?

52- Na realidade a criatividade para tomar o dinheiro do povo em cada feriado, seja ele de natal ou não, se multiplica, e em nome de uma religião ou de um falso objetivo, muitos se beneficiam.

53- Um dia quem sabe poderemos de fato festejar datas significativas sem ser induzidos ao consumo, vamos nos unir pelo prazer do amor, ou da amizade, ou pelo simples dever de ajudar os nossos semelhantes; longe da promoção e dos benefícios de parecer um bom sujeito.

54- a-    Minha mãe Idelzuita me disse, quem tem a unha maior sobe o muro primeiro, que eu posso fazer se fosse rói suas unhas?

55- Você pode esconder por algum tempo a verdade, se promover por alguns instantes, e até usar artifícios para enganar as pessoas de bom coração, mas na realidade sempre vai existir, o Orisa, ele vai se encarregar para que  você nunca esqueça; sua lembrança vai ser o seu maior pesadelo.
Então meu irmão, seja verdadeiro, seja honesto, seja digno, seja o que o seu Orisa espera de você.

56- Que diante desses falsos Mecenas que incentivam grupos infantis para dançar enquanto a metade da verba do show serve para a reforma da piscina ou até mesmo para aquela viagem tão esperada para Europa, existe mil maneiras de tornar de forma quase magica um canalha em um benfeitor

57- Mas como tudo não é um mar de rosas, tive a oportunidade de ver coisas que seriam capaz de deixar qualquer pessoa de cabelo em pé.

58- Me parece que quanto mais viajo, mais loucuras eu vejo, faz alguns meses que conheci um famoso Babalorisa no centro do país, que é de Osun, e seu exu é a pomba gira rainha, porque ele disse que todo Orisa tem um escravo.

59- Graças aos Orisas, eu não me cruzo no meu dia a dia com esse tipo de gente, porque na verdade não sei exatamente o que eu seria capaz de dizer a essas pessoas.

60- Espero do fundo do meu coração, que um dia tudo isso mude, mas na verdade não acredito que isso possa acontecer por bem, teria que ser na marra porque esse tipo de pessoa deve mesmo é ser julgado e condenado

61- As vezes não sei definir com precisão o sentimento que toma conta de mim, não sei se é raiva desprezo ou vergonha, mas o importante é que a indignação não me deixa ficar calado

62- Se você for a uma igreja, de qualquer outra religião, você vai ver um líder e vários seguidores, na nossa religião, você vai ver um líder e um grupo enorme de pretensos lideres, gravitando à volta, aguardando uma oportunidade de ascender ao poder.
Todos  sabemos que com a geladeira vazia e com a conta da luz atrasada, alguns indivíduos vendem títulos e recebem mensagens diretas dos Orisas gerando assim uma falsa expectativa.


63- Um assentamento de orisá, virou um investimento.
Os menos avisados rezam hoje pensando em acordar ricos amanhã; dentro de pouco tempo provavelmente será criado um contrato, a onde devera constar o valor aplicado e a pretensão de retorno

64- Não é errado pedir ajuda ao orisa ,mas a grande maioria das pessoas também deveriam trabalhar


65- Fico me perguntando, até quando poderemos manter essa religião tão linda, com tanta falta de Cultura
66- Algumas pessoas estão se sentindo verdadeiros proprietários dos orisás, chegamos ao ponto de achar que o orisá tem o dever de nos deixar ricos, ou dar caminho para isso, caso contrario, ele não esta mais servindo.

67- Essa é a razão porque insisto na melhor preparação de nossos representantes, de nossos sacerdotes, todos esses problemas podem ser identificados antecipadamente por um sacerdote com um real conhecimento, evitando assim sofrimento e desilusão.

68- Quando temos fé, sentimos que não estamos sozinhos, que uma força existe dentro de nós, mas às vezes não podemos dar um nome a ela, sentimos sua presença, precisamos desenvolver um maior conhecimento, sobre tudo que está acontecendo.

69- A crença é necessária em todos os momentos, precisamos acreditar, mas também conhecer o que acreditamos, fé sem conhecimento é alienação.

70- Em um mundo, onde quase tudo é aceitável, onde status e beleza viraram religião e o número de filhos, é sinônimo de asé.

80- Fora da realidade, com todo o seu orgulho, divulgará aos olhos da ilusão, a continuação de um ritual, onde a preocupação é o luxo e a necessidade de apresentar para aquela casa, mais um membro, ou seria apenas mais um número, ou mais um troféu?

81- Hoje, o que vemos, por ai, não são casas preparadas, preocupadas em colocar os filhos em sintonia com o orixá, mas o iniciado em sintonia com as necessidades da casa.


82- É a capacidade de transformar, é a força da fé, é a verdade nua e crua, é a realidade; não aceito mais a ilusão, não vou compactuar com a mentira a mediocridade e a ignorância que se instalou.

83- Todos os dias quando acordo e faço minhas orações, me emociono com a beleza de nossa religião, fico viajando em meus pensamentos, vou a terra de nossos antepassados e me comunico com os Orisas; sinto nesse momento uma alegria muito grande de fazer parte dessa religião, de ter meus Orisas, e de ter o privilégio de conhecer Ifá.

84- Percebi que meu caminho está traçado e que um grande número de pessoas pode não gostar do que eu escrevo,  mas que um pequeno grupo de pessoas a partir desse trabalho começaram ver nossa religião de uma forma mais positiva.

85- Sei que assim como eu, existe um grande número de pessoas querendo uma mudança, existe um grande número de pessoas que não suportam mais os desfiles de moda, o luxo e a vaidade de algumas pessoas, que confundiram nossa religião com carnaval ou coisa bem pior.

86- A mentira não deve ser vista como o inverso da verdade e sim como a intenção maldosa de enganar e envolver em nome do divino.
87- Que fato estranho é esse que nosso povo se comporta com tal dificuldade de aceitar os seus compatriotas como pessoas comuns, porque sempre somos vistos, por nossos irmãos como sendo inferiores.
88- Quando um médico sai da faculdade e ele formado nós o chamamos de enfermeiro? Não, nós o chamamos de médico; quando um aluno se forma na faculdade de engenharia nós o chamamos de mestre de obras ou de engenheiro? O sacerdote que passa por todos os rituais de iniciação deve ser reconhecido pelo titulo que recebeu.

89- Sacerdote passar por rituais, não o habilita a realizar os mesmos, mas o torna reconhecido como tal.

90- Devemos estar abertos ao diálogo, as mudanças e as transformações estão acontecendo na natureza a todo momento, porque não aconteceria na nossa religião?

91-Eu gostaria de ser indiferente a tudo isso, não consigo, não sei se vocês já sentiram essa sensação que não tem como ficar calado.

92- A situação fica te incomodando e você sente a necessidade de falar, vocês já sentiram isso? É uma mistura de indignação com a sensação que você foi roubado e que nada vai acontecer, é mais um daqueles crimes que você não tem para quem reclamar.

93- Quando uma pessoa procura um sacerdote, muitas vezes espera encontrar um Deus, e muito raramente aceita que ele seja um homem, ela procura milagres, e o mais fácil, o óbvio, parece uma tolice e não uma solução.

94- Você conhece aquela pessoa que fala mal de todo mundo?
Bem ele certamente vai falar mal de você também, no meu caso prefiro manter distancia desse tipo de gente, parece simplista, mas é objetivo, com esse comportamento evito inúmeros problemas.

95- Quando comecei a escrever em meu blog e resolvi criar uma comunidade, eu sabia das dificuldades que encontraria ,imaginava encontrar opositores sacerdotes que têm uma formação diferente da minha,isso tudo seria natural porque sabemos que existem algumas questões que automaticamente geram polêmicas.Nunca imaginei que teria a dolorosa missão de contrariar inúmeros amigos

96- O fato de ser aceito, em vários seguimentos religiosos distintos em território Yoruba, me envaidece, mas aumenta muito a minha responsabilidade.

97- A honestidade é uma qualidade de ser verdadeiro, não mentir, não fraudar, não enganar, e deveria ser a principal característica de um sacerdote.

98- É difícil acreditar que alguém use o nome de um Orisa em seu próprio beneficio, mas isso está se tornando muito comum, em nome dos Orisas atos são proferidos e verbas são liberadas, documentos são assinados, acordos são ignorados, pessoas são iludidas.

99- A obediência incondicional às regras existentes, dentro e fora da religião, faz de um sacerdote um exemplo de comportamento, um elemento em permanente destaque, então olhe bem meu colega, a onde você pisa e por onde você transita.

100- Não acorde reclamando porque que a vida não lhe sorri, sem antes examinar o seu comportamento, e as suas atitudes.
101- Não existem procedimentos para burlar a verdade, mudar a realidade, os Orisas jamais mentem, pode até acontecer uma interpretação errada do sacerdote, mas nunca um erro do Orisa, o Orisa não erra e não mente.

102- Exercer o sacerdócio com honestidade em caráter amplo é muito difícil, mas é o mínimo que o Orisa espera de você

103- Não estou aqui para julgar ninguém, mas acredito que usar uma pele de cordeiro durante o dia e se transformar em fera durante a noite, não é o caminho.

104- quando lhe procuram para uma consulta, honre a sua religião, honre o seu Orisa, seja digno de seus antepassados, seja honesto.
105-  Aquele que fala em nome dos Orisas tem obrigação de dizer sempre a verdade!

106- Certamente que encontrar a essência do orisa, não é ir à áfrica,  existem várias essências no ritual de culto aos Orisas, nunca deveríamos confundir com ir até as origens.

107- Eu pessoalmente acredito que toda pessoa que pratica a história do depois, tem um ou outro problema, ou não sabe, ou tem insegurança sobre o que sabe e se a procedência é verdadeira.

108- Fica então um alerta nos dias de hoje, se não nos propomos a ensinar nossos filhos, a internet o fará. E será que ele terá condições de eleger os melhores textos para ler?
109- Com certeza a nossa religião perdeu muito no dia de hoje com a morte desse grande sacerdote, mas estamos perdendo tanto e a tanto tempo que a grande maioria das pessoas já se acostumou a serem perdedores.
110- A escolha de um sacerdote para lhe orientar em sua vida espiritual, deve seguir um cuidadoso sistema aonde você é a prioridade, trazer para sua vida um elemento que você desconhece pode comprometer o seu futuro. Além de comprometer sua vida espiritual, você muitas vezes, pode ter grandes prejuízos em sua saúde. O envolvimento com pessoas que muitas vezes não correspondem a um comportamento moral adequado pode traumatizar e criar sequelas que jamais serão curadas, afastando para sempre o individuo de sua crença

111- A insegurança e o medo, se explica mas não se justifica, muitas vezes a mentira é antecipada pelo comportamento, tudo poderia ser previsto, só não poderia ser explicado.

112- O perdedor na verdade quase sempre ganha, é melhor só que mal acompanhado.
O homem não precisa ver o que está acontecendo para saber que tem alguma coisa errada, muitas vezes ele sente tudo a sua volta, e quando o orisa quer a verdade aparece.

113- Deixe o tempo passar e os problemas poderão ser solucionados, suas tristezas vão diminuir, e certamente você vai sair dessa uma pessoa mais forte, mais experiente e mais segura, não vai lhe fazer falta o que você nunca teve, pelo menos da maneira que você pensava.

114- Pode acontecer que você tenha somente uma vasilha com uma pedra dentro e que esteja cercado de pessoas que jamais deveria confiar.

115- Até ai estaria tudo correto é a história do vencedor sobre o vencido, natural e em todos lugares podemos sentir isso, porém é natural que com o tempo as pessoas consigam cortar tais influências,e terminem valorizando grande parte da essência original de uma cultura.

116- Quando falamos das religiões, podemos citar claramente uma tendência, cada vez maior, dos católicos visitarem Roma na tentativa de se aproximar de sua raiz, o mesmo acontece com os Judaicos, e também com os muçulmanos que constantemente viajam para suas terras de origem buscando informação e aumentando o conhecimento religioso e filosófico.

117- Isso é só um detalhe, em nossa terra ainda existe quem leva o iyawo na igreja para rezar.
A minha pergunta é: será que nossos irmãos ignoram suas raízes ou admiram a origem de outras culturas; ou, seria pior ainda, tem vergonha da real condição de nossa essência?

118- As informações estão a disposição das pessoas, mas a boa vontade em aprender tem que partir delas, e o esforço para retirar de suas vidas o preconceito, vai exigir muito; temos que estar preparados para o encontro com nossas raízes que certamente não é em Roma, e muito menos em Salvador.

119- Eu não vou à missa e não comungo porque não sou católico, não tenho nada contra os católicos, mas me incomodo muito com as pessoas que cultuam Orisa de forma católica, só falta fazer o sinal da cruz antes de oferecer uma comida a Ogun.

120- Imagine o sujeito que adorou os Orisas, durante toda sua vida, quando ele morre, quem faz o ritual é um sacerdote de outra religião, totalmente indiferente à fé do falecido, isso é inaceitável.

121- A crença daquele que deveria ser naquele momento reverenciado, termina sendo ofendida, e tal circunstancia provoca todo tipo de constrangimentos, tanto para o sacerdote chamado naquele momento como para as pessoas da família do falecido.



122- Pobre daqueles então, que já nascem sem que o sacerdote de suas famílias, tenham condições de oficializar um simples batizado, imagine que durante toda a gravidez, a mãe pediu para Osun, que seu filho nascesse saudável; agora quem oficializa o batismo, não permite se quer ser que seja mencionado o nome de um orisa

123- Muitas vezes alguns Orisás são apresentados em festas publicas, com roupas caríssimas reproduzidas em modelos que pertencem ao período colonial português, confeccionadas em tecidos denominados em Francês e complementadas por capacetes dignos de uns centuriões romanos, coisas de causar ciúme a qualquer carnavalesco.

124 - O hábito cada vez mais frequente da ostentação e do desfile de modas, já faz parte do nosso dia a dia, mas, se uma roupa tradicional Yoruba no esta do de São Paulo pode ser comprada por menos de cem reais, porque o uso então de tais indumentárias.

125- O sujeito que coloca a foto do seu carro importado em um espaço dedicado para falar de orisa, na verdade está querendo demonstrar poder aquisitivo, isso não representa asé, e sim autoafirmação.

126- Essa situação deve causar tristeza, provocando em nossos antepassados, indignação e angustia; como podemos honrar nossos antecessores, se nos permitimos influenciar por culturas antagônicas a nossa crença.

127- Ao longo da história da humanidade o homem vem desenvolvendo uma série de atividades, criando assim uma maior condição de sobrevivência, e desenvolvendo uma capacidade de adaptação aonde o principio básico é a manutenção da vida

128- Nesse período a crença em uma força superior auxiliou muito na manutenção da esperança e na compreensão das perdas assim como, estimulou a capacitação moral e ética.

129- Com o passar do tempo muito se tem escrito sobre a verdadeira função do sacerdote dentro da religião afro-brasileira, mas a impressão que eu tenho é que quase nada foi esclarecido,

130- Quando vemos uma criança apontar um coleguinha como sendo o culpado por uma de suas travessuras, já podemos imaginar como vai ser o futuro dessa pessoa se não houver a interferência dos pais.

140- Quando uma consulta a um sacerdote acontece, nos desnudamos e assumimos nossas falhas, e nossa real condição de impotência para lidar com o desconhecido ou com o inesperado.

141- A condição de solucionador de problemas do corpo e do espírito, não é verdadeira, na realidade o sacerdote, é somente um elo de ligação,  entre a solução e o problema, isso não justifica algumas vaidades exteriorizadas

142- Quando analisamos do ponto de vista ético, um orientador, jamais deve afastar uma pessoa de sua religião, e sim fortalecer nela aquilo que naturalmente se desenvolveu: confiança, credibilidade e esperança; jamais tal comportamento deve unir o adepto ao emissário e sim a divindade.

143- Assumir tais erros, é um ato de coragem, e sem dúvida, é uma questão ética, considerando o fato que, além dos interesses envolvidos, houve uma expectativa gerada, nada mais justo que um resultado positivo seja sentido, e a resposta aos questionamentos venha como solução ao problema.

144- Se isso é positivo ou não, cabe a cada um fazer a sua própria analise, mas vou tecer um pequeno comentário, para um Yoruba, não existe a possibilidade de uma pessoa se dedicar a tantas culturas, e obter êxito, pois somente a religião tradicional yoruba, já seria o suficiente para um ser humano dedicar toda sua vida estudando.

145- Caminhando de cabeça baixa, olhando em minha máquina, as fotos que já tinha tirado, distraido, fui levado pelo destino, ao encontro dela.

146- Levantei a cabeça, e ela estava diante de mim!
A emoção, não impediu,  que eu tirasse uma bela sequência de fotos.

147- b-  Que crime o nosso amor cometeu que é obrigado a ficar entre linhas em um texto por nós já escrito, mas ainda não divulgado.

148- Sei que em pouco tempo as fotos aqui postadas, vão correr o mundo, e muitos serão aqueles que vão se dizer, proprietários das mesmas, as fotos podem ser levadas, mas a emoção que vivi jamais alguém vai me tirar.

149- A curiosidade e muitas e a maldade, contribuem para uma enorme confusão, algumas pessoas não conseguem entender que o sacerdote, também adoece, ama, e tem problemas como todo se humano.

150- Não me falem da falta de conhecimento de poucos, me falem da sede de aprender de muitos, pois é para essas pessoas que escrevo.

Babalawo Ifagbaiyin

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Por que consultar Ifá?


Por que consultar Ifá?

 Babalawo Ifagbaiyin Agboola

A orientação de Ifá da inicio a um conjunto de ações que visa a solução práticas para os problemas cotidianos, criando um processo que avalia, transforma e sustenta, com o objetivo de atingir uma vida harmoniosa.

AVALIAR
O poder da avaliação preciso pode auxiliar mostrando de forma mais clara de onde você está vindo, para onde você está indo e a necessidade de ajustes que você precisa fazer nesse momento, mostrando claramente o caminho para identificar, a onde você quer chegar.
 O mais importante, na avaliação é  antecipar o que você precisa fazer a fim de minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades.


TRANSFORMAR
 Com base na direção clara e a orientação definida durante a avaliação, você pode concentrar seus esforços em fazer o trabalho de transformação e a remoção de obstáculos,  assim exaltando os pontos fortes usando o conhecimento e o seu  potencial.


SUSTENTABILIDADE
Considerando os  rituais e os benefícios alcançados , as  suas aspirações devem ser mantidas.  O desenvolvimento de hábitos diários criarão um  impacto no bem estar, a orientação precisa implicara diretamente no processo de continuidade do resultado obtido. 


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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013


O estilo Billy The Kid
Texto: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Hoje dei boas risadas com um amigo, durante a tarde em um bate papo informal e bastante divertido, falamos sobre o comportamento humano, a conversa foi ótima nos lembramos dos filmes do velho oeste que eram muito assistidos, na década de 60.

É interessante como o tempo passa e alguns personagens caem no ridículo, mas se eternizam no comportamento estereotipado no inconsciente ridículo incontido.

O famoso Billy the Kid, que está mortalmente ferido, mas cai atirando, é um desses personagens que provocam gargalhadas. Sabe é fácil identificar nos dias de hoje esse tipo de comportamento, quando assistimos no jornal das oito um bandido tentando desqualificar a testemunha de acusação ou até mesmo no jornal, o time que é derrotado, alega ser a culpa do juiz, que era mal intencionado.

É divertido ver que nos mais diversos seguimentos de nossa sociedade o estilo Billy the Kid continua sendo reproduzido.O habito de cair atirando para todos os lados, como ato de desespero, percebe se diariamente nas casas de orisa.
                                                                                                                                                                  Quando a vida de um iniciado não vai bem, na opinião do sacerdote, a culpa é do iniciado, é bastante comum se ouvir também, da parte dos iniciados, que todo o problema é culpa do sacerdote, ninguém assume seus erros, e culpar o outro passa a ser arma de defesa.
                                                                                                                                                                            Veja bem isso lembra os casamentos dissolvidos, onde sempre umas das partes acusam a outra como se a união fosse de um só individuo engraçado esse comportamento que desmerece o outro, e fortalece o então pretenso não culpado.

O sacerdote quase sempre é acusado de interpretar de forma errada a vontade da divindade, por outro lado, o iniciado é acusado de não acatar a vontade do orisa.

É muito fácil acusar quem não esta presente ou quem não pode se defender, difícil mesmo é se manter calado, quando presenciamos políticos corruptos, com a cueca cheia de dinheiro tentar colocar a culpa na policia, ou bandido, pego em franco delito se dizer tomado por um espirito que o levou a delinquir.
Resta agora depois de boas risadas, relembrar a época dos mocinhos do cinema, onde a verdade perpetuava, a honestidade ecoava.

Qualquer dia desses vai ser inventada uma maquina filmadora capaz de captar a imagem da insensatez e da perturbação mental, os delírios poderão ser reproduzidos em slow mosh e os então equilibrados, mostrados em raios-x, poderão  tentar cair atirando para todos os lados, que ninguém vai acreditar.

Por enquanto ninguém teve a coragem de culpar os orisás !


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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Batuque


O Batuque

Qual a explicação para o entra e sai das pessoas nas casas de batuque?

Texto: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Constantemente sou questionado sobre esse assunto, nessa semana recebi um e-mail, onde a pessoa mencionou que já tinha feito parte de seis casas de Batuque e gostaria que eu indicasse uma boa casa para que ela frequentasse.

Com base nesse contato, resolvi abordar o assunto do entra e sai nas casas de religião no Sul.
Primeiramente, gostaria de deixar bem claro, que essa situação já foi testemunhada por mim em todo país, independente de ser casa de batuque, candomblé ou umbanda, digo mais ainda, em outras religiões nos dias de hoje algo parecido esta acontecendo.

O uso da mídia para recrutar adeptos mudou a historia das religiões na atualidade, em programas televisivos, apresentadores com um sorriso retratando o branqueamento dos dentes, ainda não pago, iludem o telespectador inocente, o cenário bem preparado, e as roupas muito bem escolhidas, escondem a formação diminuta do formador de opinião.

Incrédulos e crentes se deixam levar pelo espetáculo criado diante das câmeras, e a promessa de riqueza e felicidade envolve os ignorantes.

Acredito que a explicação para a rotatividade gigantesca nas casas de culto ao orisa, se deva muitas vezes por uma falsa promessa que abrange a solução para os problemas financeiros, afetivos, emocionais e físicos, na verdade, a ilusão criada que o simples fato de você cultuar um orisa tudo soluciona, gera decepção, descrença e uma busca interminável por respostas que nunca viram.


Segue parte de textos por nós escritos, que explicam claramente a loucura de muitos e a falta de cultura de outros.

A roupa não faz o homem, em muitos casos podemos ver um comportamento padrão como se tudo seguisse a famosa receita de bolo da roupa branca, não sabem nossos irmãos que em muitos rituais o que menos importa é a roupa.
Cansei disso, faz tempo, que busco outra saída mais adequada, a cultura, o conhecimento, e o alinhamento com as raízes religiosas, pois quem não está preparado que não se estabeleça, não é justo que os bons paguem pelos despreparados.
O envolvimento com pessoas que muitas vezes não correspondem a um comportamento moral adequado pode traumatizar e criar sequelas que jamais serão curadas, afastando para sempre o individuo de sua crença.
É comum ouvir a frase absurda “se ele não tem nem para ele, como é que ele vai me ajudar a adquirir alguma coisa.” A incapacidade ou a ignorância, não permite que as pessoas compreendam que cada ser humano tem um Odu, e um destino, e que isso não implica diretamente na capacidade ou no discernimento do sacerdote na hora de analisar o problema do consulente.
Às vezes não sei definir com precisão o sentimento que toma conta de mim, não sei se é raiva, desprezo ou vergonha, mas o importante é que a indignação não me deixa ficar calado.
Espero que esse tipo de coisa, um dia, leve esse pessoal direto para prisão, ou para um hospício que imagino ser o lugar deles.
Se você for a uma igreja, de qualquer outra religião, você vai ver um líder e vários seguidores, na nossa religião, você vai ver um líder e um grupo enorme de pretensos lideres, gravitando à volta, aguardando uma oportunidade de ascender ao poder.
Tudo na vida está interligado, não vamos esperar milagres, mas vamos buscar sacerdotes melhor preparados, que possam nos orientar, não queremos mágica, queremos coerência.
Hoje, o que vemos, por ai, não são casas preparadas, preocupadas em colocar os filhos em sintonia com o orixá, mas o iniciado em sintonia com as necessidades da casa, ou a vaidade do sacerdote,

Um assentamento de orisá virou um investimento.
Os menos avisados rezam hoje pensando em acordar RICOS amanhã; dentro de pouco tempo provavelmente será criado um contrato, aonde devera constar o valor aplicado e a pretensão de retorno, juros e lucros de forma bem clara, com possíveis clausulas que gerem uma provável indenização; só nos resta saber quem vai assinar em nome do orisa esse contrato maluco, é verdade que as promessas em nome dos orisas todos já sabemos quem faz a desinformação e a ignorância.
http://gilmarofunoyeku.blogspot.com.br/2011/05/fe-e-o-dinheiro-e-ambicao.html

Textos citados nos blogs são de autoria:

Babalawo Ifágbaiyin

Ilustração:Quadro Mi Castelani,artista plástico


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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Representante de Deus.


Representante de Deus.

Texto: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

O assédio sexual praticado por alguns sacerdotes, se valendo da posição de religioso, não surpreende mais, em todas as religiões encontramos pessoas misturando religião com a vida privada, o número de processos contra a igreja católica, foi tão grande nos últimos anos, que obrigou o papa a fazer algumas declarações para imprensa, infelizmente ele não falou o que a população gostaria de ouvir, simplesmente comentou sobre o prejuízo que a igreja vinha tendo diante de tantas denuncias, disse ele, “a igreja não vai mais pagar indenizações”.

Esse tipo de situação nos terreiros de umbanda e candomblé é muito comum, isso permanece acontecendo por que na maioria das vezes a vitima com vergonha não divulga o acontecido, homens e animais se confundem e quase sempre o mais forte vence, o medo leva as pessoas a uma situação que termina inibindo a ação das autoridades.

Em alguns casos as autoridades policiais se divertem com as denuncias e em uma terra sem lei mulher vitima de estrupo, é vista com maus olhos, a ação das autoridades deixa muito a desejar, para que algumas pessoas tenham uma ideia, em um dos estados brasileiros que somente dois por cento dos homicídios são resolvidos e os culpados levados a julgamento, imagine então casos de estrupo ou assédio sexual?

A posição de alguns sacerdotes além de prejudicar a imagem da religião, traumatizam as vitimas com seus gestos, e suas atitudes, os olhares e as palavras muitas vezes não ditas ferem mais que a violência física, então quando o elemento usa de subterfúgio alegando esta sobre uma ação espiritual, para exteriorizar os seus desejos, o crime é ainda maior.

Somente as pessoas que são submetidas a esse tipo de situação na verdade pode dizer o quanto isso dói, muitas vezes a vitima leva as marcas da agressão para toda a vida.

Recentemente foi divulgado que somente em um estado brasileiro tem mais de quatrocentos sacerdotes das igrejas evangélicas na cadeia, isso da uma ideia do tipo de pessoa que se diz representante de Deus.


Babalawo Ifagbaiyin

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

IYA ODU O MAIS IMPORTANTE DE TODOS ORISAS


IYA ODU O MAIS IMPORTANTE DE TODOS ORISAS

Ìyá mi Odùlógbòjé

 Babalawo Ifagbaiyin Agboola


Iya Odu, o mais importante assentamento no culto aos orisas, representa a capacidade adquirida pelo babalawo, de fazer qualquer orisa mesmo não tendo o assentamento.

Como explicar isso, todo orisa nasce em um odu, se o babalawo tem o assentamento de iya odu ele pode tefar o odu de origem de qualquer orisa.

Umas das  diferenças entre um babalawo e um babalorisa, é que um babalorisa, só pode assentar orisás que ele foi iniciado ou feito, um babalawo pode assentar qualquer orisa,mesmo não tendo o assentamento.

Basta que ele tenha conhecimento e o assentamento de Iya odu.

Em território Yoruba algumas famílias do culto a ifá consideram que um awo que não tenha sido apresentado para Iya odu durante o seu Itefa, não é reconhecido como babalawo.

Segue textos de grandes autores sobre Iya odu.

J.Johnson (Dennett,196:253)

O Igbadu é um cabaça coberta, contendo quatro
vasinhos de casca de côco, cortada cada uma em dois pelo, meio, e que contém ,
além de algo desconhecido para não iniciados, um com um pouco de barro,
outro um carvãozinho, e ainda outro com um pouco de camwood29
o todo
representando ou pretendendo representar alguns atributos divinos e que, junto
com os vasinhos que os contém, simbolizam os quatros principais odús- Eji
Ogbe, Oyeku, Meji, Iwori Meji, e Odi Meji, e essa cabaça é depositada em um
bem preparada e especial caixa de madeira denominada Apere.

A caixa é considerada como muito sagrada e como uma insígnia da divindades, sendo
também reverenciada .

Não é aberta nunca exceto em ocasiões muito especiais e importantes, como quando uma séria divergência.
 Tem de ser dirimida, e não sem mãos lavadas o frequentemente com oferenda de sangue a ela é feita.

O  cômodo onde é depositada é considerado tão sagrado que nenhuma mulher e
tão pouco nenhum homem não iniciado têm permissão para nele entrar, e a
porta que á ele dá acesso é geralmente embelezada com coloridos de giz e carvão vegetal, dando-lhe uma aparência sarapintada.

Epega (1931:16)

Igba Odu (cabaça de Odu)
Também é chamada, Igba Iwa (a cabaça o Recipiente da Existência) Nessa
cabaça, miraculosas magias são armazenadas por um grande babalawô que dá
instruções de como deve ser reverenciadas, com a estrita advertência, é claro, de
que jamais deveria ser aberta a menos que o devoto esteja extraordinariamente
angustiado e, por conseguinte, ansioso para deixar este mundo. Igba Iwa é feita
de tal sorte que não seja facilmente aberta.
Adivinhos de Meko disseram que seus odu são dife rentes dos
desenhados e descritos por 

Maupoil (1943: 168-170.

 Disseram que consiste de
uma cabaça branca coberta contendo uma grosseira figura de barro, parecida
com aquelas que representem Ẹșụ e é mantida sobre uma plataforma de barro
(Itage) e em um quarto especial (Iyara Odú) no qual apenas devotos de Ifá
podem entrar. A cabaça é aberta a cada ano durante o festival anula, ocasião em
que um animal é a ela sacrificado, mas é muito perigosa e mulheres e homens
jovens não podem adentrar o sacrário onde é conservada.
Divinadores de Ilessa
também conservam seus odús em uma cabaça, dentro um cômodo especial.

 Texto: IFÁ DIVINATION – WILLIAM BASCON


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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Mercadores de ilusões

Texto: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Eu sinto se minhas postagens incomodam, se a máfia de sacerdotes que ganham a vida vendendo apostilas, e amedrontando os desinformados sobre a nossa religião; não tenho culpa que a ignorância de muitos, enriqueça um bando de abutres que na sede de se satisfazerem, mal conseguem esperar a vitima dar um suspiro de angustia, em suas dúvidas, para fazerem o seu comercial e partir para o abate.

Não tenho culpa de ser como sou, uma pessoa que não vai ao estádio de futebol, que não vai ao carnaval, que dedica todo o seu tempo livre para a cultura de orisa, é estudando e me dedicando durante algumas décadas, que consegui entender melhor o verdadeiro sentido de nossa religião, não me cobrem os acentos, nas palavras em yoruba, por mim escritas, não tive tempo para me preocupar com a gramatica, o meu tempo dediquei para aprender a língua, para poder rezar, para os meus orisas, não cobrem que eu me cale diante da ignorância providencial de muitos, não digam a onde devo colocar os acentos, eu sou um ser humano e posso reagir como tal diante de gestos por mim não identificado como amistosos.

Não me falem da falta de conhecimento de poucos, me falem da sede de aprender de muitos, pois é para essas pessoas que escrevo.

Não vou me calar diante de eruditos de araque, que ainda não descobriram a sua verdadeira religião, e que praticam em suas casas, uma mistura digna de um hospício, não tive tempo para aprender a onde colocar os acentos, mas sei falar a língua e o mais importante sei a onde é o meu lugar, certamente não é ao lado de mercadores safados que usurpam da fé e da esperança de muitos com a intenção de se mostrarem sábios, e que facilmente se identificam com as páreas que se comportam como eles, mercadores de ilusões.



Babalawo Ifagbaiyin

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Egbe Orun,Abiku,Emere

Egbe Orun

 Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Episódios de aborto e morte prematura de crianças, jovens e adultos podem ser compreendidos como resultantes da ação dos Àbíkú, também chamados Emèré, espíritos pertencentes à Egbé-Àbíkú (Sociedade Abiku). A palavra àbíkú é constituída de a, bí, (ó) ku, que ignifica tanto nascido para morrer quanto o parimos e ele morreu: designa crianças e jovens que morrem antes de atingir a idade adulta e adultos que morrem antes dos pais. Assim, há duas qualidades de abiku: os àbíkú-omódé, que morrem ainda crianças, e os àbíkú-àgbà, que morrem jovens ou adultos.

Tais indivíduos estabelecem com a Sociedade Abiku o ójó orí, pacto de retornarem ao orun ao ser atingida determinada idade.

Quando uma mulher sofre sucessivas perdas de filhos recém-nascidos, ainda pequenos, jovens ou mesmo adultos, considera-se que esteja sob a ação de um abiku, espírito que nasce múltiplas vezes através de um mesmo corpo feminino por determinação do destino dessa mulher, por obra de magia ou por circunstâncias de acaso, como a aquisição inadvertida de um abiku por uma grávida que não tenha tomado os devidos cuidados contra isso.

Quando uma mulher perde filhos assim, suspeita-se que se trate da ação de àbíkú-omodé; e os episódios de perda de filhos serão interrompidos somente se tomadas as necessárias providências para romper o vínculo desses seres espirituais com a comunidade à qual pertencem no orun.

 Quanto aos àbíkú-àgbà, o pacto por eles estabelecido com a sociedade determina que o retorno ao orun ocorra em algum momento muito significativo e importante da vida, que pode ser crítico ou de sucesso, como em uma data próxima à formatura, ao casamento, ao nascimento de um filho desejado ou a uma conquista social notável.

Egbé Aráagbó é a comunidade espiritual à qual pertencem os abikus: é constituída pela Egbé Aiyé (Sociedade de amigos do mundo visível, Amigos do mundo visível) e pela Egbé Òrun (Sociedade de amigos do mundo invisível ou Amigos Espirituais) Estando esses dois mundos entrelaçados e intimamente relacionados um ao outro, ambos exercem mútua influência entre si: pode-se presumir que, para que uma pessoa possa viver feliz no aiye, é preciso que esteja em harmonia com seus amigos espirituais no orun.

A solução básica do problema de quem é abiku implica em libertá-lo da sociedade à qual pertence. De fato, implica em tornar cada abiku indesejável ao seu grupo de pertença original no mundo espiritual, de modo que não queiram mais conservá-lo naquela sociedade. Sendo os abikus poderosos, é preciso muito conhecimento por parte dos sacerdotes que se propõem a lidar com eles. Alguns recursos para evitar a morte de um filho abiku e para retirar seu espírito da sociedade à qual pertence podem ser utilizados. Através de rituais é estabelecido um jogo de forças entre Egbé Aragbô e Egbé Abiku: forças de retenção do ser no aiye e forças de resgate deste mesmo ser no orun. Cultos e oferendas são realizados tanto para uns quanto para outros: para esta desistir de retomar seus membros e para aquela protegê-los de serem reconduzidos à companhia de seus pares no orun. Egbé Aragbô atua com Exu pela necessidade de manter o equilíbrio entre o aiye e o orun; age com o auxilio também de Oxum, pela influência dela sobre a fertilidade.

Egbé significa Sociedade: designa a Sociedade dos Espíritos Amigos e se refere, simultaneamente, a um orixá e a uma irmandade ou corporação de seres espirituais: trata-se de Èré igbó ou Aráagbó, que significa Habitante da floresta ou Habitante do além. Este orixá protege contra a morte prematura, acalma o sofrimento material e espiritual e orienta o ori do abiku e de seus devotos a seguir o caminho certo. Atrai progresso econômico e desenvolvimento espiritual, harmonizando esses dois aspectos da existência.

Proporciona também os sentimentos de paz, tranquilidade, serenidade e confiança, trazendo a fertilidade em todos os aspectos da vida. Atrai condições para conquistas, domina recursos para promover cura e bem-estar, interfere no destino humano e remove obstáculos da vida: transforma lágrimas em sorrisos.

 Egbé Aráagbó é venerado para que se possa receber sua proteção contra seres visíveis e invisíveis. As pessoas costumam referir-se a ele dizendo Egbé mi, minha Sociedade, meus Companheiros.

 Há uma relação importante entre Ibeji e Egbé, pois Ibeji liga-se à natureza, de modo geral, e à floresta, morada de Egbé, de modo particular. Para cultuar um é preciso cultuar o outro.

Texto: Bàbálórìsà Adesiná Síkírù Sàlámì




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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Oxala,Obatala,Osaala

Oxala,Obatala,Osaala
Texto: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

ÀDÚRÀ TI ÒÒSÀÀLÁ
Bàbá esá rè wa
Pai dos ancestrais, venha nos trazer boa sorte
Ewa agba awo a sare wa
. Belo ancião do mistério, venha depressa
A je águtan
Comedor de ovelha
A sare wa ewa agba awo
Venha depressa belo ancião do mistério
Iba Òrìsà yin agba ògìnyòn.
Saudações Orixá escute-me ancião comedor de inhame pilado.

Autor: Professor  Marcelo Monteiro

Yemanja,Yemonja

Yemanja,Yemonja

Babalawo Ifagbaiyin Agboola
ÀDÚRÀ TI YEMONJA

Yemonja gbé rere ku e sìngbà
Yemonja, traz boa sorte repentinamente retribuindo
Gbà ní a gbè wí
Receba-nos e proteja-nos em vosso rio
To bo sínú odò yin
Cultuamos-vos suficientemente em vosso rio
Òrìsà ògìnyón gbà ní odò yin.
Orixá comedor de inhames novos, receba-nos em vosso rio.

Autor: Professor Marcelo Monteiro







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domingo, 3 de fevereiro de 2013

XANGO (SÒNGÓ)

ÀDÚRÀ TI SÒNGÓ
Texto: Babalawo Ifagbaiyin Agboola


Oba ìró l’òkó
Rei do Trovão
Oba ìró l’òkó
Rei do Trovão
Yá ma sé kun ayinra òje
Encaminha o fogo sem errar o alvo, nosso vaidoso Òje
(Aganju/Ogodo/Afonjá) òpó monja le kòn
(Aganju/Ogodo/Afonjá) alcançou o Palácio Real
Okàn olo l’Oyá
Ùnico que possuiu Oyá
Tobi fori òrìsà
Grande Líder dos Orixás
Oba sorun alá alàgba òje
Rei que conversa no céu e que possui a honra dos Òje
Oba sorun alá alàgba òje
Rei que conversa no céu e que possui a honra dos Òje  
  Texto Professor Marcelo Monteiro


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