quinta-feira, 30 de maio de 2013

O encontro com o Orisa

Babalawo Ifagbaiyin

Quando eu era criança, ouvia vozes, via espíritos e tudo isso me deixava assustada, mantinha segredo das minhas visões, por vergonha, sobre isso nada falava.

Fui com minha família na igreja católica, mas parecia que algo estava faltando.

Então, conheci a Umbanda, e descobri que tinha um guia de frente, ficava imaginando como e quem ele era.

A Umbanda é linda cheia de vida e amor caridade e luz, mas meu caminho só estava começando.

Com o passar do tempo fiquei sabendo que existia orisás, e a sua importância.
 Quando imaginava o meu Orisa, inexperiente, pensava sou de Yemonja, ela é linda mora no mar.

 Sou filha de Yemonja  a mulher linda que tem os cabelos lisos e negros, conforme tinha  conhecido nas lendas.

 O tempo passava e em minha mente a visão do meu Orisa se alterou, o conhecimento aumentava as informações se somavam e  também mudava a minha opinião, agora conversando com outras pessoas me via filha de Oya. A mulher guerreira que tem os filhos como sua grande paixão,  sentia que é assim o  meu orisá, assim eu pensava, assim eu acreditava, Orisa mãe capaz de fazer qualquer coisas pelos filhos.

Foi quando descobri que existia o pai e a mãe de cabeça, um segundo Orisa, Ogun, o guerreiro, vencedor de demanda, fiquei na dúvida seria  Sango, o rei, aquele que faz a justiça?

Imaginei, viajei no meu pensar, quantas lendas eu li, e em quantas delas me imaginei, guerreira, mulher mãe, Orisa.

 Sonhos coloridos, sonhei com o aroma das comidas baianas, e em cada sonho em uma ilusão  me coloquei servindo meu Orisa.

Fui deusa das cachoeiras, dos oceanos, dos raios, me vesti de armadura, fui valente fui Ogun, fui o rei, a própria voz do trovão, fui Oya apaixonada, que descobriu o rosto do senhor das palhas, Soponnan.

Em quanto lia as lendas, escutava as histórias, em minha mente a paixão pelo Orisa me aproximava mais dessa religião.

A curiosidade que foi despertada em mim, era agora de verdade  conhecer  o meu Orisa, os meus “pais de cabeça”, assim eu dizia.

Eu pensava que quem poderia me ajudar fosse um vidente, que olhando para mim ele conseguiria enxergar os meus Orisas, estava muito enganada.

O tempo passou e o conhecimento aumentou um pouco, descobri que eu não ia precisar andar o Brasil inteiro  em busca do tal vidente, tudo era mais simples que eu pensava.

 A necessidade me fez buscar novos conhecimentos, além da Umbanda.
Fui então consultar os Orisas.

Na casa de um sacerdote então, tudo  começa com a consulta ao jogo de búzios, é claro que vem a curiosidade louca de saber quem afinal são os meus orisas “ donos da cabeça”.

Não foi suficiente uma só consulta,conheci algumas pessoas e com elas consultei.

 Descobri que era mais fácil do que eu imaginava, jogar búzios, bastava saber matemática, isso mesmo, não precisava ser vidente, imaginei que.
 eu mesma poderia fazer aquilo.

Tudo era bem simples, uma soma com a data de nascimento e uma cruz, e ali estava o resultado, a resposta para os meus problemas, tudo sobre os meus orisás, tudo sobre a minha vida, estava tudo bem claro.

 Não era tão fácil assim, no meu caso que tenho nove na soma da data de nascimento era complicado  saber quem vai responder, oya, yemonja, sango, continuei na dúvida.
No fim  ficou entre Oya e Yemonja, uma parte da minha curiosidade estava sendo resolvida, eu imaginei que tudo estava certo.

Eu na época não percebi que essa  coisa tão simples de continhas fosse dar tantos problemas.

Então levada por uma necessidade, em busca de uma solução para um problema de saúde fui iniciada no Orisa.

Através da numerologia, e da data de nascimento foi encontrado finalmente o meu tão sonhado Orisa,Oya,´minha linda mãe.

 Com a feitura,  adoeci, a situação complicou e fiquei no terreiro apenas três meses, eu era vista como um problema sem solução.

Com a feitura a solução virou o problema principal e a minha saúde piorou, começou uma nova busca, agora mais do que nunca encontrar as respostas certas era fundamental.

Consultei com varias pessoas  até que conhecer a Religião Tradicional Yoruba, descobri que os Orisás nascem de um odu, descobri que um odu é composto por vários Orisas, descobri  que além de Oya, devo cultuar Iya mi,Osun,Sango, Obatala ,descobri que nossa religião é simples e que o Orisa não usa saia de armação, descobri tantas coisas, obtive mais informação.

Descobri que para saber um orisá não se soma a data de nascimento e muito menos se faz uma cruz.

Descobri que ninguém tem um casal de orisás e sim um odu onde é cultuado vários Orisás.

Descobri que em nossa religião existe uma literatura, os versos de ifá, nos versos tudo sobre o orisás é explicado, e a orientação para o dia a dia  por Ifá nos é dada.  

Hoje entendo porque existe uma quantidade enorme de pessoas com o Orisa  trocado, isso me deixa triste mas, cada um com sua cruz, se você acredita que Odu é assim, que com a data de nascimento você encontra o Orisa, siga fazendo a cruzinha, cada um com a sua cruz!

Texto:
Iya apetebi Ifakemi Agboola

Revisão Babalawo Ifagbaiyin Agboola

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Estupides, burrice, ignorância ou conveniência.

Texto: Babalawo Ifagbaiyin

Estupides é negar que houve adaptações para que o culto de orisá, no Brasil sobrevivesse.

Burrice é não aceitar que hoje, temos condições de recuperar tudo que foi perdido em razão da repressão de outrora.

Ignorância é permanecer como está com a desculpa que respeita as tradições e os antepassados.

Conveniência é usar benéficos da modernidade e informações, somente em alguns itens que beneficiam em uma questão especifica e em um tempo determinado.

Exemplos:

Usar tecidos yorubanos para se dizer conectado com a raiz até na forma de vestir, porem em modelos regionais, se o tecido yoruba o identifica com a raiz, certamente a identificação vai está em conformidade com o modelo tradicional.

Afirmar que joga por odu sem jamais ter recebido o merindilogun de alguém que tenha conhecimento e odu para tal.

Se dizer conectado com as tradições e usar adja, lagdiba, ileke de âmbar ou alabastro, mas não ter os orisás arrumados com odu. 

Falar meia dúzia de palavras em yoruba e não saber a tradução, do seu próprio oruko.

Distribuir cargos em sua casa, sem saber cantar no mínimo oye.
Fazer ebó de odu considerando o alinhamento do odu, com a quantidade, de itens a serem usados.

Dizer que vai consultar ifá e usar o merindilogun e lançar mão de somas da data de nascimento dia, mês e ano para identificar orisá.

Usar ekodide e não tirar o cabelo.

Se dizer iniciado, mas não seguir as indicações de ewo (proibições).
Usar osun, efun e waji, mas não conhecer folhas.

Pintar alguém com waji e ofun e não usar osun, é assustador.

Se dizer de orisá e levar iyawo na igreja, como diz dona Estela de Osossi, o povo ainda é escravo e não sabe.

Se dizer alinhado com cultura de orisá, e beijar a mão pedindo a benção, como indicação do catolicismo em relação ao sacerdote.

Se dizer atualizado e culto, e na festa para o orisá, servir maionese, estrogonofe, sem ter a mínima noção de como preparar um eko.

Achar que esta elegantemente vestida e chamar roupa branca de ração.
Se dizer que é feito de orisá e ter usado mokan.

Dizer que tem seu assentado e rezar diante de uma vasilha que tem um garfo de ferro.

Se dizer oloorisa e cantar para vodun, e ainda por cima colocar o iba de um orisa sobre um porrão.

Dizer que o orisá é tudo na vida e se incorporar com catiço.

Sacrificar escondido e não usar o seu próprio oruko e postar como esotérico.
Estupides, burrice, ignorância ou conveniência, a verdade é que todos os dias, em nosso país presenciamos auxiliares de enfermagem, se dizer médicos, auxiliares de pedreiro se dizer engenheiros, sargento dizendo que é general e idiota se titular sacerdote.

A falta de informação somada a interesses obscuros conduz por um caminho sem volta, a ignorância montada na arrogância.

Vai ter que existir em um futuro um órgão regulador, onde o despreparo impossibilite e o conhecimento, seja premiado.

Admitir que as monstruosidades que estão sendo feitas em nome do orisá, faz parte de um processo de seleção, é desculpar o errado sem reconhecer o certo, é dar credito para quem não merece e colocar todas as pessoas em um mesmo nível.

Ifá gbe wa o
Babalawo Ifagbaiyin

quarta-feira, 15 de maio de 2013



O despreparo e o perigo
Texto: Babalawo Ifagbaiyin

A preparação de um babalawo é demorada, o awo (iniciado), que deseja atender com opele ou ikin, deve estar muito bem preparado, vejamos a seguir alguns perigos do despreparo.

Alguns odus bastante conhecidos para a prosperidade, estão sendo usados indistintamente, o odu irete alajé é um exemplo bastante conhecido por facilitar o ganho financeiro, deixa de ser citado, como um odu de risco de morte.

O odu oturopon iwori, é um odu que requer um tratamento especial porque inviabiliza naquele momento o uso do opele.

O odu ofun sa indica que o consulente não tem saída, há orientação é uma iniciação imediata.

Além desses odus perigosíssimos o odu oyeku ose e odu irete oyeku, indica que a morte esta próxima.

Vários odus, devem ser tratados com muito cuidado, o awo despreparado, além de correr riscos, coloca em perigo o consulente.

Ifá gbe wa o.
Babalawo Ifagbaiyin


sábado, 11 de maio de 2013


David  publicou em Bàbàláwo Ifágbaíyin Agboolà

há 21 minutos
Deuteronomio18 :10-13 Não se achará entre ti quem sacrifica o seu filho ou filha no fogo, que pratica bruxaria, ou um adivinho, ou um adivinho, ou um feiticeiro, ou encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte mortos.
Porque é uma abominação ao Senhor tudo o que fizer essas coisas, e por estas abominações o SENHOR, teu Deus, os lança de diante de ti.
Você deve ser irrepreensível diante do Senhor teu Deus.

Abominação ao senhor



Em resposta ao texto postado em minha página, lanço os seguintes questionamentos.

Diz o texto que consultar os mortos, é uma abominação, gostaria de fazer algumas perguntas a este senhor, eu imagino que o senhor deve ter nascido de uma chocadeira, pois não respeita os parentes falecidos.

 Eu que venero meus antepassados, vou continuar homenageando os mortos!
Lhe pergunto:

O GRANDE NÚMERO DE PASTORES PROCESSADOS POR ESTUPRO É UMA ABOMINAÇÃO?

O GRANDE NÚMERO DE PASTORES PROCESSADOS POR ROUBO É UMA ABOMINAÇÃO?

O GRANDE NÚMERO DE PASTORES PROCESSADOS POR ASSEDIO SEXUAL É UMA ABOMINAÇÃO?

O GRANDE NÚMERO DE PASTORES PROCESSADOS POR LAVAGEM DE DINHEIRO É UMA ABOMINAÇÃO?

O GRANDE NÚMERO DE PASTORES PROCESSADOS QUE FUGIRAM DO PAÍS PARA NÃO SEREM PRESOS É UMA ABOMINAÇÃO?

O GRANDE NÚMERO DE PASTORES CUMPRINDO PENA NOS PRESÍDIOS DE NOSSO PAÍS É UMA ABOMINAÇÃO?

OS PASTORES QUE ESTUPRAM CRIANÇAS É UMA ABOMINAÇÃO?

ROUBAR O DINHEIRO DE PESSOAS QUE MAL TEM PARA COMER, EM FORMA DE DÍZIMO, É UMA ABOMINAÇÃO?

VENDER TERRENOS NO CÉU E ACEITAR INÚMEROS CHEQUES PRÉ-DATADOS COMO UMA FORMA DE PAGAMENTO É UMA ABOMINAÇÃO?

ROUBAR, MATAR, ENGANAR, MENTIR, LUDIBRIAR E ESCARNECER DA FÉ ALHEIA É UMA ABOMINAÇÃO?

Sugiro ao senhor, que compre cigarros, para levar para os seus colegas no presídio, e lhe advirto na próxima certamente o senhor vai ser processado.

Babalawo Ifagabiyin

terça-feira, 7 de maio de 2013

Ifá e o Homossexualismo.

Conversei com algumas pessoas, sobre esse assunto e fui aconselhado para que não abordasse esse tema.
Temos uma responsabilidade com os nossos leitores, de esclarecer, sei que muitas pessoas não vão ficar satisfeitas, com a minha abordagem, mas assumimos a nossa posição.

Muito se tem falado na internet sobre ifá e homossexualismo, a grande maioria das pessoas, só comenta o que lhes interessa, sabemos que esse nosso texto pode ser interpretado de várias formas e que certamente vai criar bastante polemica, mais diante da quase total falta de informação sobre o assunto, resolvemos colocar a nossa opinião de forma bem clara.

A grande maioria dos nigerianos, diverte-se no Brasil com o grande numero de pessoas homossexuais em nossa religião para eles isso é uma aberração.

São raros os nigerianos que vem para o Brasil que entende alguma coisa de ifá, a grande maioria é mulçumana, e estão aqui, para ganhar dinheiro, para eles, pouco interessa, se a pessoa é homossexual ou não.

Eles leem meia dúzia de livros e se dizem babalawos, o fato de falarem yoruba, e conhecerem a terra dos orisás, os coloca em uma posição privilegiada para se passarem por supostos sacerdotes, mas na verdade os presídios do estado de São Paulo e do Rio de Janeiro estão lotados desses sujeitos, a grande maioria deles envolvidos, no trafico.

Não podemos esquecer que para o nosso pais também vieram sacerdotes de verdade, homens dignos, que devem ser respeitados.

Com respeito ao homossexualismo e ifá, os cubanos assim como os nigerianos, deixam bem claro as suas posições, com raras exceções  eles não aceitam em hipótese alguma um babalawo que não seja hetero.
Alguns brasileiros, visando uma fatia considerável do mercado de trabalho escondem a sua posição, pensando nos lucros e nos benefícios que esse grupo de pessoas podem lhe trazer.

Na verdade existem vários versos de ifá que deixam bem claro a situação que envolve os homossexuais e em alguns desses versos, há uma indicação clara para a não pratica.

Conheci no Brasil babalawo nigerianos que mesmo sendo totalmente contra o homossexualismo, iniciam as pessoas, mas não fazem todos os rituais, esses senhores querem o dinheiro, o dinheiro é bom, mas as pessoas para eles, não merecem respeito.

Em nosso pais, existe um grupo de pessoas iniciadas como babalawos que sofrem com o preconceito e não tem os rituais completos de suas feituras, mas pagaram na integra o valor cobrado por seus iniciadores.

A forma de pensar de muitos desses senhores que vem para o nosso país, fica bem evidenciada em seus sorrisos irônicos, eles alegam que se uma pessoa é iniciada em ifá deve seguir cegamente tudo que esta escrito nos versos, para eles iniciar um homossexual é um negócio lucrativo.

Conversei com meu oluwo sobre esse assunto, perguntei a ele (o senhor inicia homossexual), ele disse o seguinte, (se a pessoa faz qualquer coisa  que eu pessoalmente não concorde, a minha opinião não importa, eu consulto ifá, e se ifá disser sim eu iniciou).

 A opinião do meu oluwo é bem clara, eu sigo os ensinamentos dele, quem somos nós para julgar ifá, devemos interpretar os versos, mas seguir cegamente é ignorância, não devemos esquecer que a grande maioria dos versos de ifá, hoje existentes tem algumas centenas de anos.

O homem deve evoluir, no pensar, o tempo passa, e as ideias devem ser aprimoradas,  os raciocínios adaptados ao nosso tempo, e a nossa cultura. Acredito que todo homem deve ter liberdade para tomar as suas decisões e hombridade para assumir as implicações.

Ifá em seus versos orienta as pessoas a interpretação desses mesmos versos pode variar de pessoa para pessoa, de acordo com o seu nível intelectual, social e moral, assim como de acordo com as suas vivencias e convicções assumidas.

Segue abaixo um desses textos, divulgado pelo porta voz do conselho mundial de ifá, órgão esses, que reuni os dez homens mais importantes do culto de ifá no mundo, não é um simples verso, é a opinião dos arabas, membros do conselho.

Não devemos esquecer que todos são nigerianos e expressam a sua opinião de acordo com a cultural existente naquele pais.

“DEIXO CLARO QUE INICIO TODAS AS PESSOAS QUE IFÁ INDICAR, INDEPENDENTE DE COR,SEXO,CONDIÇÃO FINANCEIRA OU PREFERÊNCIA SEXUAL, INICIO SIM, GAYS E LÉSBICAS SE FOR ESSA A ORIENTAÇÃO DE IFÁ,SIGO IFÁ COMO APRENDI COM O MEU OLUWO”.

Considero o preconceito abominável, nunca perguntei para ifá se alguém é homossexual para mim não interessa, a preferencia sexual das pessoas que atento, sigo as orientações de ifá, e como diz um amigo meu, (estamos conversados).

Odu Ofun Irete

Conforme Solagbade Popoola

" La Posición de Ifá en la Homosexualidad y el Lesbianismo (Escrito por Solagbade Popoola):
Un proverbio Yoruba dice: “A kii gbeja eewo; eewo lo ngbeja araa re”.
Uno no necesita pelear por un tabú, el tabú peleará por el mismo.
Mucho se ha dicho y escrito acerca de la posición de los amantes del mismo género en la Religión de Ifá. Algunos dicen que Ifá no tienen opinión en esta práctica, otros dicen que está en contra, mientras que otros más dicen categóricamente que Ifá apoya esta práctica.
Para evitar las dudas, recitaremos tres estrofas de Ifá para poner lsu posición clara en este tema tan controversial. La primera será toma de Odù Ofun Alaaye (Ofun Irete), donde Ifá dice:
Epo se e je'su
Isu se e j'epo
Akaso dun-un g'aka
Obinrin se e ba sun j'okunrin lo
Okunrin se e sun ti j'obinrin lo
B'okunrin ba n b'okunrin sun
Bii koko, bii oowo
Bi iku bi agbaarin
B'obinrin ba n b'obinrin sun
Bi epete bi oorun
Bi erofo bi eeri
B'okunrin ba n b'obinrin sun
B'obinrin ba nsun t'okunrin
Bi enf'ola yun'pun
Bi enf'ola yun'ra
Igi Ogun-O-Rete lo ro gangan-olele
Dia fun Apon-Ako
Ti nlo ree fi Olele omo Olofa saya
Apon p'Olele o je o
Ko ju ohun ti'fa n se lo o
Apon p'Olele o je o
Ko ju ohun t'Ebora n se lo o
Traducción:
El aceite de palma es bueno para acompañar al ñame y consumirlo, Y el ñame es bueno como complemento para comer el aceite de palma, La escalera es buena para subir la viga, Una mujer es mejor para hacer el amor con un hombre que otro hombre, Un hombre es mejor para dormir con una mujer que otra mujer, Si un hombre duerme con un hombre, Resultará en moretones, agua hirviendo y dientes, Si una mujer le hace el amor a otra mujer, Resultará dolor, mal olor, suciedad e irritación, Si un hombre le hace el amor a una mujer, Y una mujer duerme con un hombre, El resultado es sentirse en la cúspide del mundo, La sensación es como tener disfrute ilimitado e indescriptible, El órgano de Ofun Rete es fuerte y ampuloso, Esto fue lo que Ifá dijo aun Soltero, Cuando iba a casarse con Olele la primavera de Olofa, El soltero llamó a Olele pero ella dijo que no, El problema no es más de lo que puede resolver.
En este Odù Ifá resalta tres puntos:
1) Es mejor para un hombre hacer el amor con una mujer y viceversa, se disfruta más.
2) Las relaciones sexuales con personas del mismo género sólo pueden conducir a enfermedades y frustraciones.
3) Es la única forma en que se conciba a un hijo.
También significa que Olodumare, en su discurso que es Ifá, deliberadamente hizo las relaciones sexuales heterosexuales placenteras para así quitar las inhibiciones del camino de la concepción. El plan de Olodumare es que los humanos nos reproduzcamos. Las relaciones del mismo sexo inhiben la multiplicación de la raza humana.
Mucho se explica en una estrofa de Iwori Wodin (Iwori Odi), Ifá tiene esto que decir:
Iwori wodi o sebi nkan rere loun nse
Awo rere n'Iwori tonwodi na?
Dia fun Panla Apo
Ti ko roko fe
Ti yoo maa febinrin egbe e re
Ebo ni won ni ko wa se
Obinrin ti nfebinrin egbe e re
Eyin o mo pe o nloo woku idi ni?
Traducción:
Iwori tomo una mirada de admiración a los genitales y consideró que era una práctica apropiada. ¿Considera a Iwori que mira a los genitales como un buen Awo? Esta fue la declaración de Ifá a Panla-Apo, Que falló en asegurar un esposo para casarse Pero decidió estar enamorada de una mujer, Se le aconsejó hacer Ebó. Una mujer que hace el amor a otra mujer, ¿No creen que esta buscando una vida de inutilidad genital?
En este Odù Ifá dice:
1) Una persona que vea con fascinación a otra persona del mismo sexo nunca puede ser considerada un buen Awo. Y para tal persona ver los genitales de otra persona del mismo sexo es peor.
2) Involucrarse en relaciones sexuales con el mismo sexo es un ejercicio de fatalidad.
La implicación de esto es que cualquier persona que practique la homosexualidad, si es Ìyánífá, Iyalorisa, Babalawo o Babalorisa no se considera una persona decente o buen practicante. ¿Por qué una persona que cree profundamente en Olodumare y las divinidades se compromete en un ejercicio de fatalidad?
Todos somos seguidores de las divinidades. Estamos en una posición que es considerablemente envidiable para otros, con esa posición vienen una gran responsabilidad. Seguimos los pasos de las divinidades. Si esto es verdad, y estoy muy seguro que lo es, ¿quién de las divinidades tuvo relaciones sexuales con personas del mismo sexo cuando estaban en la tierra? ¿Qué parte de las vidas amorosas estamos emulando? ¿Qué sugirió las relaciones del mismo sexo? ¡Ninguna!
En otra estrofa de Iwori Wodin, Ifá dice:
Bayii laa selu Ilu i ba dun
Dia fun won niluu Iwori-Wodin
Nibi won ni ki won le Omo-Osu ilee won jade
Eyi to loko tan
Ti yoo maa ledi mo obinrin egbe e re
Ebo ni won ni ko waa se
Nje to ba se bayii laa selu
Ilu i ba dun na?
Traducción:
Si esta es la manera en que administramos la comunidad, La comunidad habría estado muy deseosa de vivir ahí, Este fue el mensaje de Ifá para los ciudadanos de Iwori Wodi, Los cuales fueron aconsejados por Ifá deshacerse del Omo-Osu, Aquellos, que después de haberse casado una vez, Eligen eyacular con una mujer, Fueron aconsejados hacer Ebó, Si esta es la forma en que administramos la comunidad ¿Habría estado la comunidad tan deseosa de vivir ahí?
En este Où, Ifá explica el significado de Omo-Osu (Ilemosu) una mujer que ha estado una vez casada, pero debido a diversas razones (Divorcio, muerte del esposo, separación, etc) regresa a la casa de sus padres a vivir. Cuando regresa a la csa de sus padres a vivir, ella prometió nunca tener nada que ver con un hombre otra vez, pero preferiría escoger a una mujer para amar y hacer el amor.
1) Algunas personas fueron una vez heterosexuales y debido a relaciones fallidas decidieron convertirse en homosexuales.
2) Tales personas deberían irse a las casa de sus padres porque ellos estaban practicando una inmoralidad y el rompimiento de un tabú.
3) El Soportar tales actos solo puede dirigirnos al caos.
Está es la razón por la cual cuando este Odù se releve es una consulta de Ifá al cliente se le aconseja que cualquier acto inmoral o no sagrado practicado por un Omo-Osu en su casa debe ser detenido de inmediato ya que puede causar problemas.
Algunos amantes del mismo sexo claman que los heterosexuales, homosexuales y bisexuales adoran al mismo Olodumare. Yo difiero. El servidor y adorador de Olodumare en su verdadero sentido debe emular las prácticas de las divinidades.
¿A cual divinidad están imitando? Si no hay ninguna, todos los Homosexuales están solos. Simplemente los homosexuales y lesbianas no tienen ningún lugar ni posición en la religión de Ifá.
Algunos Homosexuales dicen que sus Oluwos les han dicho que Ifá es silente en el asunto. Sería aconsejable que nos dejaran saber los nombres e esos Olowus que han dicho eso. Realmente dudo que haya un Babalawo que clame estas afirmaciones, y si lo hay, usamos este medio para prevenirles que nunca manifiesten consideraciones extrañas otras que las de Ifá, no engañen a más gente dándoles falsas esperanzas.
¡Los Homosexuales no tienen posición en el Ifá tradicional!

Aboru aboye

Babalawo Ifagbaiyin Agboola


domingo, 5 de maio de 2013


Homenagem ao Alapini Domingos dos Santos. 

 Babalawo Ifagbaiyin


ILÉ AGBOULA ( AGBOOLA)

LINHAGEM E DESCENDÊNCIA

Vindo para o Brasil, então, os nagôs trouxeram para cá sua memória familiar e procuraram preservá-la. Assim, muitos ancestrais venerados na terra dos Yorubás, e que representam linhagens, dinastias, protetores de regiões e cidades, com funções diferentes e específicas - são também e até hoje cultuados na Bahia.

E assim como o culto dos orixás, o culto dos Egun na Bahia remonta pelo menos ao início do século XIX.

Nessa época já havia em á Salvador vários terreiros dedicados especificamente à invocação e à adoração dos ancestrais.

 Mas como a história "oficial" pouco ou nada se preocupou com negros e como só através da tradição oral, dos rituais e de invocações dos antepassados é que esses negros conhecem seu passado, a história dos terreiros praticamente não tem registro escrito.
 Entretanto, para o brasileiro a religião é um elemento de coesão comunitária e de expressão de todo um modo de ser.

 Então, a história oral dos negros baianos nos fala da introdução do culto dos Egun, das comunidade nas quais esse culto floresceu, comunidades essas que permanecem, por seus descendentes, coesas na tarefa de manter a continuidade de sua história.

Vamos, então, a um pequeno histórico dos principais terreiros de Egun da Bahia:

Terreiro de Vera Cruz - Localizado na Aldeia de Vera Cruz, a mais antiga freguesia da Ilha de Itaparica, na Bahia de Todos os Santos, esse terreiro foi fundado e comandado pelo africano Tio Serafim, que invocava e fazia aparecer o Egun de seu prório pai, o qual ainda é cultuado sob o nome de Baba Okulelê. Tio Serafim morreu com cerca de cem anos de idade, entre 1905 e 1910, tendo plantado os fundamentos de sua casa de culto ainda bem jovem, por volta de 1820.
Terreiro do Mocambo - Localizado também em Itaparica, na fazenda chamada Mocambo, onde havia um grande número de escravos. Seu chefe foi o africano Marcos Pimentel (conhecido como Marcos-o-Velho) que, comprando sua própria alforria, viajou à África com seu filho, que lá foi iniciado nos segredos do culto. Voltando, mais tarde, para a Bahia, os dois trouxeram o assentamento de Babá Olukotun, considerado um dos ancestrais de todo o povo Nagô, e então fundaram o Terreiro de Tuntun, Ilê Olukotun.

O Egun de Marcos-o-Velho é cultuado hoje sob o nome de Babá Soadê.

Terreiro de Tuntun - Também situado na Ilha de Itaparica, no antigo reduto de africanos denominado Tuntun, esse terreiro teve como chefe o filho de Marcos-oVelho, Marcos Teodoro Pimentel (o Tio Marcos) que morreu já quase centenário por volta de 1935. Daí se deduzir que o Terreiro de Mocambo tenha sido fundado por volta de 1830 e este, o de Tuntun, que se originou, tenha começado a funcionar por volta de 1850.

Terreiro de Encarnação - Encarnação é também uma localidade da Ilha de Itaparica. E o primeiro chefe da casa teria sido um filho de Tio Serafim (do fundador do terreiro Vera Cruz) chamado João-Dois-Metros. A importância desse terreiro é que lá é que teria sido invocado e aparecido pela primeira vez Babá Agboulá, um dos patriarcas dos iorubás.

Terreiro do Corta Braço - Situado na Estrada das Boiadas, no atual bairro da Liberdade, em Salvador - fora, portanto da Ilha de Itaparica - esse terreiro tinha como um dos Ojé o legendário João-Boa-Fama e era chefiado pelo não menos legendário e notável Tio Opé.

Tem-se notícias de várias outras casas que floresceram em Salvador, em Matatu, na Conceição da Praia, em Água de Meninos. E entre os Alagbá e Ojé de todos esses terreiros, certamente Tio Opé foi o mais destacado.

Esse ilustre africano foi precisamente quem iniciou a Eduardo Daniel de Paula, filho de nagôs que, juntamente com seus familiares e descendentes de Tio Marcos e Tio Serafim, fundou o Ilê Agboulá, em Ponta de Areia, na Ilha de Itaparica, hoje no lugar denominado Bela Vista, onde se concentraram as pesquisas e os trabalhos do Projeto Egungun, sobre o qual falaremos adiante.

O florescimento, então, de todos esses terreiros que enumeramos decorreu mais ou menos entre 1820 e 1935. Durante esse período, os fiéis, os sacerdotes, os chefes de culto, ou seja, as comunidades de cada um deles, se frequentavam, se relacionavam, trocando experiências, se constituindo como que uma irmandade, uma poderosa sociedade com características bem definidas.
A partir desse relacionamento, foi que os antigos terreiros sucederam uns aos outros e todos eles vieram, de certa forma, a se condensar no Ilê Agboulá.

Localizado em Ponta de Areia, na Ilha de Itaparica, o Ilê Agboulá é, hoje, no Brasil, um dos poucos lugares dedicados exclusivamente ao culto dos Egun. Sua fundação remonta ao primeiro quarto deste século, mas a comunidade que lhe deu origem e que lhe mantém os fundamentos está estabelecida na Ilha, como já vimos há cerca de duzentos anos.

Essa comunidade se constitui de mais ou menos cem famílias que vivem da pesca, da coleta e venda de frutos e, hoje, de pequenos empregos propiciados pela indústria turística que se expande na Ilha de uns dez anos para cá. Mas apesar de toda a transformação que os novos tempos ocasionaram em Itaparica, a comunidade do Ilê Agboulá se mantém coesa. Tanto que, mesmo os que por qualquer contingência não moram mais na Ilha, para lá retornam sempre que há oportunidade, nas ocasiões de festas e obrigações, reatando os laços que os unem à sua ancestralidade.

No Ilê Agboulá, no espaço do terreiro, que fica no Alto da Bela Vista residem apenas umas poucas famílias. Mas nas datas importantes do calendário litúrgico e nas obrigações, toda a comunidade - mesmo os que moram em Salvador e outros lugares - para lá acorre, permanecendo no terreiro dias e noites, reconstituindo assim os laços comunitários, recebendo as bênçãos, os conselhos e as reprimendas dos Babá, estabelecendo enfim todo um processo de continuidade histórica. Daí, a grande importância do culto aos ancestrais: ele é um elemento de coesão grupal, de elo entre o passado e o presente, de fortalecimento de identidade cultural. Pois enquanto o culto dos Orixás permite ao grupo religar-se ao cosmos, ao universo, o culto dos Egun é também um "religar-se", mas um "religar-se" através da ancestralidade, fortalecendo-se os laços sociais e comunitários. Assim, um religa o indivíduo e o grupo ao Universo; e o outro à sociedade.

Então, como diziam durante os ciclos litúrgicos toda a comunidade do Ilê Agboula se mobiliza. Famílias inteiras se deslocam para o terreiro. Ali em pequenas casas construídas em torno dos lugares sagrados, se acomodam e se instalam enquanto duram as festas.

As obrigações atravessam dias e noites. Os ritos cânticos, cores, indumentárias, ultrapassam o universo religioso, expressando um riquíssimo patrimônio cultural. Porque o Ilê Agboulá herdou dos antigos terreiros não só a liturgia, a doutrina e o conhecimento dos mistérios do culto, mas também os Egungun dos ancestrais africanos, aos quais se juntaram os dos Ojé falecidos no Brasil e que durante sua vida foram convenientemente iniciados nos mistérios do culto e suficientemente ilustres para serem hoje invocados e materializados como Babá, guardiães de uma cultura, inspiradores de modelos de comportamento, reavivados da memória grupal, responsáveis pela continuidade histórica dos nagôs na Bahia, e em todo o território nacional.

Autor desconhecido.

A finalidade de postar esse texto é de homenagear um grande homem,um grande sacerdote.
Além da homenagem gostaria de esclarecer que o nome Agboula,no Brasil,é sem duvida o nome Agboola do território Yoruba. A familia Agboola migrou da cidade de Osogbo para a cidade de Lagos e se espalhou por todo o mundo.Hoje essa familia é uma das mais conhecidas no culto de Ifá,Egungun e orisa.


Babalawo Ifagbaiyin Agboola